Ana Ávila
No debate entre os candidatos ao Senado na tarde desta segunda-feira (15), na Rádio Guaíba, Olívio Dutra (PT) afirmou que Lasier Martins (PDT) teria integrado a mocidade da Arena na década de 1960, durante a ditadura militar. O trabalhista negou a informação, publicada no jornal Correio do Povo em 13 de abril de 1966. “Eu nunca entrei na mocidade da Arena. Eu disse a ele (Olívio) que me apresentasse alguma assinatura. Eu me lembro que eles pretendiam fazer um diretório da mocidade da Arena e haviam me convidado, mas eu nunca compareci”, afirmou Lasier por telefone ao Sul21.
No dia 27 de outubro de 1965 foi publicado o Ato Institucional Nº 2, o qual foi seguido um pouco depois, no dia 20 de novembro de 1965, pelo Ato Complementar Nº 4. Com estas duas medidas, o governo militar extinguiu o pluripartidarismo no Brasil. Os treze partidos políticos existentes foram colocados na ilegalidade e sumariamente fechados. O pluripartidarismo deu lugar ao bipartidarismo, representado por um partido criado para dar sustentação ao governo e outro de oposição. Do lado da situação foi estabelecida a Aliança Renovadora Nacional (Arena), enquanto que para exercer o papel de oposição foi criado o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Nove dias depois da criação da Arena, uma nota publicada na página 7 do jornal Correio do Povo informava a constituição do primeiro diretório regional da Mocidade da Arena no país. De acordo com a publicação, foi escolhido na oportunidade o comando do diretório da Mocidade, que cita Lasier Martins como 2º vice-presidente. “Não tem nenhuma assinatura minha, se colocaram o meu nome, foi sem a minha concordância”, declarou Lasier sobre a nota. O candidato também criticou Olívio pela declaração durante o debate: “Achei que foi golpe baixo do Olívio dizer que eu tinha pertencido à Arena. Eu pedi para ele me mostrar a assinatura, ele disse que não tinha assinatura. Só tinha uma notícia”, afirmou.
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