sexta-feira, 28 de junho de 2013

- Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?


Um dia Meher Baba perguntou aos seus discípulos o seguinte: 
- Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas? 
Os homens pensaram por alguns momentos... 
- Porque perdemos a calma, disse um deles. Por isso gritamos. 
- Mas por que gritar quando a outra pessoa está ao teu lado? Perguntou Baba. 
Não é possível falar-lhe em voz baixa? Por que gritas a uma pessoa quando estás aborrecido? 
Os homens deram algumas respostas, mas nenhuma delas satisfazia ao Baba.
Finalmente ele explicou: 
- Quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. 
Para cobrir essa distância, precisam gritar para poder escutar-se. Quanto mais aborrecidas estiverem,
mais forte terão que gritar para escutar um ao outro através desta grande distância. 
O que sucede quando duas pessoas se enamoram? 
Elas não gritam, mas sim, se falam suavemente. Por que? Porque seus corações estão muito perto.
A distância entre elas é pequena. 
Baba continuou: 
- Quando se enamoram, acontece mais alguma coisa? Não falam, somente sussurram e ficam mais perto ainda de seu amor. Finalmente não necessitam sequer sussurrar, somente se olham e isto é tudo. 
Assim é quando duas pessoas que se amam estão próximas. 
E então Baba concluiu: 
- Quando discutirem, não deixem que seus corações se afastem. 
Não digam palavras que os distanciem mais.
Chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.

Fonte : Meher Baba (Pune,25 de fevereiro de 1894 - 31 de janeiro de 1969) com o nome de Merwan Sheriar Irani 
foi um guru persa, educado na St. Vincent's High School, na Índia.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O Cético e o Lúcido.

No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao outro:

1- Você acredita na vida após o nascimento?
2- Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.

1- Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?
2- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.

1- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: A vida após o nascimento está excluída - o cordão umbilical é muito curto.
2- Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.

1- Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.
2- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.

1-- Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?
2- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.

1- Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.
2- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou sente, como ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso que só então a vida real nos espera e agora apenas estamos nos preparando para ela...

domingo, 23 de junho de 2013

"responsabilidades de cada poder no Brasil."


Pessoal, deixo aqui uma pequena contribuição das responsabilidades de cada poder no Brasil. Tenho visto muita gente "esclarecida" compartilhando informações falsas.

1) PRESIDENTE DA REPÚBLICA NÃO VETA EMENDA CONSTITUCIONAL. Sendo assim, não é para a Dilma que vocês têm que pedir a não aprovação da PEC 37 (ah, para quem não sabe, PEC significa Proposta de Emenda Constitucional), mas, sim, ao Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal).

2) PRESIDENTE DA REPÚBLICA NÃO TEM O PODER DE DETERMINAR A PRISÃO DE NINGUÉM (ainda bem, né?!). Por esse motivo, caso vocês queiram ver os "mensaleiros" (sic) na cadeia, terão que pedir isso ao idolatrado Ministro Joaquim Barbosa, pois é o Poder Judiciário (no caso dos mensaleiros, o STF) que tem competência para fazê-lo.

3) NÃO É O PRESIDENTE DA REPÚBLICA QUE ELEGE O PRESIDENTE DO SENADO. É o próprio Senado que escolhe o seu presidente. Assim, a Dilma não pode chegar lá no Senado e gritar: "Fora, Renan Calheiros".

4) TRANSPORTE PÚBLICO MUNICIPAL É DA COMPETÊNCIA (ADIVINHEM!) DOS MUNICÍPIOS. Então, a pessoa mais indicada para resolver esse problema, a princípio, é o prefeito de cada cidade e/ou governador, e não a Dilma.

5) TAMBÉM NÃO É ATRIBUIÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA INSTAURAR CPI. Quem instaura CPI é o Poder Legislativo (no âmbito federal, a Câmara dos Deputados e/ou o Senado Federal).

6) O projeto de CURA GAY é de autoria de um deputado do PSDB . O Governo Dilma ja se posicionou contra o projeto da Cura Gay, por meio da Secretária dos Direitos Humanos. Cabe agora agora ao Presidente Nacional do PSDB e os afiliados do PSDB retirarem o Projeto de Cura Gay, pois o mandato é do Partido e não do Deputado do PSDB.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Os Rumos do Movimento - Perfeito.


Até agora o movimento tem um sentido altamente progressista, é um acontecimento histórico e marcará o futuro próximo. Embora existam reivindicações definidas, é também uma espécie de movimento de todos contra tudo. É uma fúria desesperada pela esperança. É um movimento multissocial e multitemático. Para ser um movimento pelo Brasil precisa ser um movimento por mais justiça e igualdade. É uma luta pelo reconhecimento dos não reconhecidos e de representação dos não representados.

Mas se o movimento não definir sua fisionomia, seu programa, seus objetivos, poderá se tornar um movimento do nada contra o nada. O que preocupa é que existem grupos neofascistas violentos no seu interior. Existem também grupos conservadores que querem viabilizar uma pauta de direita e de retrocessos sociais. Se a luta é por liberdade, direitos, contra a corrupção e por um Brasil melhor e mais justo, essas perspectivas conservadoras e neofascistas precisam ser barradas.

Todos têm direito de se manifestar. Quando só alguns querem esta exclusividade, a situação fica perigosa. Esta é uma advertência que paira sobre o próprio movimento. Ele terá que decidir se quer tirar um saldo político e organizativo dessa energia toda ou ser quer auto-exaurir-se em desperdício e frustração. Nos nossos corações e nos nossos conselhos devemos querer que ele seja partícipe da construção de um país mais justo e humano.

Aldo Fornazieri – Diretor Acadêmico da Fundação Escola de Sociologia e Política de São P

quinta-feira, 20 de junho de 2013

De forma oficial, Piratini se posicionou contra PEC 37 e projeto da “cura gay”.

O Governo do Estado do Rio Grande do Sul considera importante a pauta de reivindicações apresentada pelos movimentos sociais ora em mobilização, e se propõe a acolher as referidas propostas, bem como a aprofundar ações que já estão em andamento no Executivo relacionadas com a pauta apresentada.


O Governo do Estado está disponível para auxiliar a prefeitura da Capital na solução da questão tarifária do transporte coletivo, inclusive disposto a renunciar a impostos, a partir da demonstração de que isso incidirá na planilha de custos, para proporcionar a maior redução possível. O governador Tarso Genro renova seu compromisso e sua intenção nesse sentido, sobretudo quanto à busca de soluções para a redução da passagem de ônibus em Porto Alegre.

Na área da saúde, o governo gaúcho está investindo 12% do orçamento total, o que representa R$ 2,2 bilhões. Isso equivale a um aumento de 124% em relação ao ano de 2010. Em transferências para os municípios, alcançamos a marca de R$ 375 milhões em 2012. Este índice será ainda maior em 2013. Além disso, está sendo implantada uma tecnologia inovadora na gestão do SUS, que vai aumentar a eficiência e a transparência nesses investimentos na área da saúde. Nos próximos seis meses, entregaremos 18 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), em diversas regiões do Estado, o que incrementará esta política pública fundamental. Entretanto, estamos dispostos a verificar, junto com representantes do movimento, se existe alguma proposição concreta de melhoria nas políticas públicas de saúde.

Uma educação de qualidade é prioridade da gestão. Investimos forte em construção de novas escolas e obras de reforma. Já foram reformadas e consertadas 1580 escolas estaduais. Serão iniciadas até o final de 2014 mais 524 reformas pesadas, reconstruções e construções nas escolas públicas, estas com recursos federais.

O Executivo é a favor da total transparência na gestão do Estado. Por isso, instituímos, em nosso governo, o Departamento de Prevenção à Corrupção, o Portal de Acesso à Informação e, recentemente, uma ferramenta digital de monitoramento do andamento das principais obras e ações do Governo, chamada "De olho nas obras". O Rio Grande do Sul foi ainda o primeiro Estado a aderir à Lei de Acesso à Informação e coloca a arrecadação do Governo, a folha de pagamento e a aplicação dos recursos à total disposição do movimento, para seu conhecimento e avaliação.

O Governo do Estado é contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 37. O governador Tarso Genro já declarou publicamente ser contrário à PEC 37 e está à disposição para participar de ações políticas concertadas para que tal emenda não seja aprovada.

O Governo do Estado também é contrário à proposta ora apresentada para o Estatuto do Nascituro. O governador já declarou reiteradas vezes, de forma pública, tal posição, e renova sua postura frente à reivindicação dos movimentos sociais.

Rejeitamos qualquer tentativa de criminalizar a orientação sexual de quem quer que seja. O Governo do Rio Grande do Sul combate todo o tipo de violência baseada em preconceito, seja de orientação sexual, gênero, etnia ou religião. Uma das ações mais concretas nesta linha é o programa Rio Grande Sem Homofobia, em vigência desde 2011. Somos contrários à chamada "cura gay".

Por fim, o Governo do Estado reconhece a legitimidade dos movimentos e o direito à opinião livre e plural. Nesse sentido, a orientação para a Brigada Militar é de que a proteção à vida das pessoas esteja em primeiro lugar. Por isso, pedimos para o próprio movimento que, por meio de suas organizações e coordenações, assuma a responsabilidade de inibir qualquer tipo de violência, seja contra pessoas, instituições ou patrimônios.

Os canais de diálogo do Estado estão abertos a toda a população, seja via Conselhão, Gabinete Digital, plenárias do Orçamento Participativo, Votação de Prioridades (Consulta Popular) ou Conselhos Regionais de Desenvolvimento. Caso o movimento deseje um diálogo direto com o governador sobre as demandas apresentadas, basta que sejam indicados os interlocutores, devidamente reconhecidos pelo movimento.

Que amanhã seja um dia de democracia e de liberdade, não de violência e depredação, como tem ocorrido em outras capitais do país.
Correio do Povo.

Sucesso Consulta Popular e Cidadã em Capão do Cipó e São Vicente do Sul.

         O inicio do Sistema  Estadual de Participação Popular e Cidadã - Consulta Popular 2013 e 2014, não poderia ter sido melhor. Em 10 de maio na assembleia regional Vale do Jaguari em Santiago mais de 167 cidadãos escolheram as 10 áreas para que as assembleias municipais encaminhassem suas prioridades e projetos.
            No dia 17 de junho Capão do Cipó realizou sua assembleia municipal na Câmara de Vereadores, que mesmo com obras ficou pequena ao receber 113 cidadãos que demandaram Saúde, Desenvolvimento Rural e Esporte amador. Dobrou o número de participantes em relação a 2012. Debate democrático e cidadão. Muito Bom. Mesmo sendo uma segunda feira de intensa cerração. Foram eleitos 4 delegados regionais.
              No dia 19 de junho São Vicente do Sul as 19:00 hs com um frio intenso e caloroso debate, 177 cidadãos lotaram o clube Vicentino para uma aula de Democracia e respeito as questões públicas. Após prestação de contas das consultas de outros anos, foram selecionadas 5 áreas e projetos, Cultura, Esporte amador, Desenvolvimento Rural, Saúde e Educação. Foram eleitos 6 delegados regionais.
                  Duas assembleias municipais de grande participação e bons debates, com um elemento novo, os setores organizados da Cultura e Esporte Amador estão com representatividade crescente e mobilização organizada, sabem muito bem o que querem e estão conseguindo abrir espaço no orçamento da região que nunca tiveram.
                       Parabéns a todos.
              


 Mesmo em obras em Capão do Cipó, o cidadã participou.

Em São Vicente do Sul com frio e tudo o Clube Vicentino ficou lotado.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Viva as manifestações, viva a democracia, viva o povo brasileiro.


                    A coisas podem descambar, no meio de boas intenções os aproveitadores profetas de suas estupidez podem levar para outro rumo a democracia, mais devem ser vencidos pela própria democracia, que assim seja.
                     Movimento, sem liderança, sem bandeira, sem a responsabilidade com a polis, pode dar em nada pode dar em desgraça ou pode ser um grande tônico para reagir, contra:
Sistema politico falido que não faz reforma.

 De comissões que entendem doença opção sexual. 
O copo de silencio  lotou de vozes, contra:
 A inoperância dos serviços públicos que por omissão ceifaram a vida de  mais 200 jovens em Santa Maria, e o que deu? quem é o responsável ou irresponsável?  Até agora só deu em mortes.
             Não é só a passagem do transporte público, é a fortuna acumulada pelos concessionários deste serviços públicos. Uns como formigas se deslocando, como sardinhas apertadas.
             È uma justiça lenta que leva anos para se posicionar, juízes que com suas capas se sentem super heróis, ganham mais que qualquer funcionário público, vende seus "despachos" e não conseguem julgar as coisas mais eminentes para o povo brasileiro: Lalau, mensalão, a morte de PC Farias, as mortes da ditadura militar, e, e, e Justiça lenta omissa, conivente.
            O Povo quer seriedade, respeito a cidadania, a bandeira, democracia, e paz para para trabalhar viver e ter orgulho de ser verde e amarelo, orgulho de ser brasileiro.
           Que momento, espero que seja para a história brasileira positiva. Chega de desastres e perda de rumo.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Manifestações o comum a todos e o individualismo. Visão REIKI.

               O corpo humano é composto de vários sistemas, tais como o sistema circulatório, o sistema respiratório, o sistema endócrino, o digestivo, o excretor, dentre outros, que dizem respeito ao funcionamento e desenvolvimento dos diversos órgãos do corpo e seus inter-relacionamentos. Além desses sistemas , que dizem respeito ao nosso corpo físico, existe o que denominamos Sistema Energético. Trata-se de um sistema complexo, composto de vários pontos, linhas, geometrias, conhecidas como nadis, meridianopontos giratórios, chacras, sistema axial, axiatonal, dentre outros. É de natureza elétrica e pulsa por todo o corpo. Ele é o responsável pela manutenção de nossa saúde e por nossa energia vital ( energia de vida). Da mesma forma como o sangue deve circular por todo o corpo e pulsa, a energia deve circular por todo este sistema e pulsa. A primeira ciência reconhecida a mapear e sistematizar este sistema foi a Medicina Chinesa.

         Por diversas razões , fazemos nós nestes sistemas, a que chamamos de nós energéticos, impedindo o livre fluxo da energia e o alimento aos órgãos e regiões onde estes nós estão localizados. Sabemos que as células se comunicam entre si, se abrem e se fecham para manter o equilíbrio homeostático e para saber quais os elementos que deve produzir e absorver para o bem estar do organismo e o que deve ser eliminado por ser toxinas. Estas toxinas, então, são eliminadas através de vários sistemas, tais como o sistema excretor, e sistema linfático.
           Quando o sistema energético está interrompido, naquela região, o diálogo fica prejudicado e confuso. A região perde força e fica impossibilitada de jogar as toxinas para fora, que vão sendo acumuladas no sistema e/ou órgão, gerando doenças. Consideramos doenças todo e qualquer desequilíbrio no corpo, desde uma mera irritabilidade ou dificuldade para dormir, até doenças graves como câncer, AIDS, depressão,dentre outras.
               Há várias terapias, consideradas terapias complementares pela OMS, que trabalham no equilíbrio do sistema energético, dentre elas: Acupuntura, Reflexologia, Shiatsu, Do-in, Homeopatia, Reiki, Fitoterapia, Florais, Meditação, dentre outros.

"É hora de reflexão, da politica, da alma do corpo e da dor".
Tide lima.

sábado, 15 de junho de 2013

Turismo ? ENCONTRO REGIONAL RS MAIS TURISMO NO VALE DO JAGUARI.

Prezado,


Ao saudá-la/o, encaminho convite para o primeiro ENCONTRO REGIONAL RS MAIS TURISMO ? Vale do Rio Jaguarí, que ocorrerá em Santiago, dia 20 de junho próximo. 

Registramos que o referido encontro contempla, além de Santiago, os municípios da região Vale do Rio Jaguarí: Cacequi, Capão do Cipó, Jaguarí, Mata, Nova Esperança do Sul, São Francisco de Assis, São Vicente do Sul e Unistalda.

Contamos com o seu apoio, parceria e participação, além de auxílio na mobilização dos associados a sua entidade, além de quem mais tiver interesse no assunto, pois o tema em pauta interessa a todos que desejam o desenvolvimento de sua cidade e região.

No convite constam endereço, e horário do evento, telefone e e-mail para confirmação. 

Agradecemos pela atenção e apoio.

Abgail Pereira 
Secretária de Estado do Turismo 
Rua General Câmara, 156 - 4° andar - Centro - Porto Alegre/RS


Telefone: (051) 3288.5406

Protestos contra as passagens e tragédia urbana

Aldo Fornazieri*, especial para o blog

A maior parte dos jovens que protestam nas ruas de São Paulo, e de outras cidades, contra o aumento das passagens dos transportes públicos, ao contrário do que muitos pensam, não está sendo movida por sonhos idílicos da construção de uma nova Comuna de Paris, da tomada de uma Bastilha ou do Palácio de Inverno dos Czares. Nem mesmo pensam na tomada do Palácio dos Bandeirantes.

O que os move é algo bem mais prosaico e trágico, mas com certeza, não com menos sentido. O que os move é a tragédia da vida urbana que lhes impõe uma alta dose se sacrifício e lhes rouba parte importante do tempo de suas vidas em meio a milhões de carros, do veneno da poluição e de um transporte público marcado pelo empacotamento das pessoas, pela bolinagem degradante, pelo pisoteamento e sufoco de ônibus, trens e metrôs superlotados.

Os jovens de classe média baixa são movidos pela angústia de dormir pouco, de ter que chegar na hora certa no trabalho, de sair do trabalho e chegar na hora certa na faculdade ou na escola. O trânsito e a tragédia do transporte público fazem com que a conta do tempo não feche. São esses jovens, que precisam trabalhar, estudar, se divertir e dormir, o principal alimento dos protestos. Se se fizer um confronto de contas tendo de um lado a qualidade do transporte público que é oferecido e, do outro, o valor da passagem, o tempo perdido e o quanto é desagradável andar de ônibus, metrô e trem, os protestos são mais do que justificáveis. O espantoso é que não tenham ocorrido há mais tempo.

Ninguém é a favor das depredações e violência em protestos, claro. Mas nos acontecimentos do dia 13, o que se viu foi a violência da polícia de São Paulo, enquanto os jovens gritavam “violência não”. Assim, tratá-los como baderneiros e vândalos é de uma cegueira política sem inqualificável ou um ato deliberadamente interessado de conservadorismo ideológico.

Dizer que eles não “valem 20 centavos”, além de desumanidade, representa interditar qualquer fé na esperança e no futuro. Pois diante da pasmaceira e da mediocridade que a política brasileira vive neste momento histórico, os protestos, mesmo que muitos duvidem de que representem algum sentido, são um sopro renovador e uma advertência de que muitas coisas neste país não vão bem.

O fato é que os palácios governamentais e as Câmaras Legislativas precisam ser acossados pelo rumor das praças e das ruas para que seus ocupantes despertem e percebam que o Brasil ainda é composto de uma sociedade que tem demandas urgentes. Os governantes precisam descobrir que devem dar respostas urgentes e que a degradante acomodação não pode continuar tomando conta do poder público. Os governantes estão lá para solucionar problemas, não para justificar sua perpetuação.

Ser “classe C” no Brasil não é uma benesse. É ter uma vida de dificuldades e sacrifícios. Ninguém pode estar satisfeito ou feliz pelas parcas conquistas que foram alcançadas nos últimos anos em termos de redução da pobreza ou da desigualdade. O Brasil, no fundamental, ainda é um dos países mais desiguais do mundo e, por consequência, um dos países mais injustos do mundo. Ainda é um país onde os direitos e os serviços são negados a parcela importante da população.

O protesto contra o aumento das passagens, ademais, pode ser inscrito como um elemento dos novos movimentos sociais que surgem no século XXI. Dentre outros, trata-se de um movimento ligado às questões urbanas. A natureza essencial deste movimento não pode ser vista nos 20 centavos de aumento, mas na tragédia da vida urbana, no caos da mobilidade e no sacrifício que as grandes metrópoles impõem ao viver humano. Não é por acaso que os grandes protestos da Turquia surgiram a partir do projeto de demolição do Parque Taksim Gezi, envolvendo um problema ambiental urbano. Movimentos ambientais, por moradia, por serviços eficientes, por espaços urbanos de convívio e de lazer, por transparência, serão típicos do presente e do futuro próximo e terão cada vez mais impactos sobre a política e o Estado.

Esses novos movimentos representam também um profundo questionamento às organizações partidárias tradicionais, principalmente as de esquerda, e a estruturas formais de representação como entidades estudantis e sindicatos. O fato é que enquanto muitos militantes estão aboletados nos palácios e em cargos burocráticos, as torrentes das mudanças históricas estão passando como furacões nas ruas e nas praças. Se estamos ainda longe disso no Brasil, que os protestos das passagens, ao menos, representem um distúrbio perturbador da ordem dos negócios partidários.

Nas sociedades complexas de nosso tempo, milhões de pessoas não se sentem representadas nos parlamentos, nos governos, nos sindicatos e em outras entidades. As representações tradicionais se insularam nas suas conquistas e nos seus privilégios, enquanto as novas lutas urbanas fervilham em movimentos mais espontâneos, na internet, nas religiões e em agregações em torno de necessidades pontuais.

Nós, das gerações mais antigas, não podemos olhar esses movimentos e esses jovens com os olhos carcomidos do conservadorismo. Temos que saber interpretá-los à luz dos novos espíritos do tempo. Se na sua espontaneidade eles não fornecem saídas redentoras, o fato é que nós também fracassamos e eles são filhos dos nossos fracassos. O mundo que a eles legamos não lhes é satisfatório e, em várias questões, devemos nos envergonhar. Se há movimentos nas ruas e nas praças, temos que vê-los como sinais de esperança, mesmo que pelos nossos critérios mais antigos, sejam movimentos inconsequentes. Mas quem garante hoje que os critérios de juízo do passado ainda são pertinentes? Que estes protestos não sejam, de fato, por 20 centavos! 

*Aldo Fornazieri é Diretor Acadêmico da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Governo suspende multa para equídeos.


Fonte: Assessoria de Imprensa da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio
Cavalo é considerado simbolo oficial do Estado
Cavalo é considerado simbolo oficial do Estado - Foto: Ricardo Mercadante

Lei segue em vigor

Em decreto assinado hoje (10) pelo governador Tarso Genro fica suspensa até o final do ano a multa para equídeos transportados sem Guia de Trânsito Animal (GTA). Será publicado amanhã (11) no Diário Oficial do Estado.

A medida não se aplica a casos de transferência interestadual, transações comerciais e leilões. Para o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, a suspensão surge da necessidade de ampliar o diálogo, a fim de equacionar e solucionar questões como a aumento do inquérito epidemiológico previsto para os próximos meses.

A decisão, conforme o secretário, também partiu do reconhecimento de que o cavalo é um símbolo oficial do RS e do grande número de eventos campeiros que incentivam e promovem a cultura gaúcha.

A baixa incidência de resultados positivos entre os exames realizados nos últimos 40 dias – menos 0,01% - também foi um dos motivos que levaram o governo a tomar essa decisão. O que se pretende agora é discutir a revisão da lei federal que trata do tema.

Em julho, alerta Mainardi, inquérito será iniciado para avaliar a presença da doença no Estado. Até o final do ano, os resultados serão conhecidos; com os dados, será possível avaliar se os testes para anemia poderão ser adiados para seis meses.

Estuda-se, diz o secretário, a adoção de passaporte equino, em que constariam dados sobre vacinação e resultados de exames

quinta-feira, 13 de junho de 2013

ADVOGADA EVANGÉLICA - Realidade


Inusitado pedido de uma advogada do Rio de Janeiro
Se não acreditar, consulte o site da OAB/RJ - vá em Mapa do site,
· Busca de Inscritos e digite o nº de inscrição registrado na petição (abaixo):

Exmº. Sr. Dr. juiz da 16ª. Vara do Trabalho do Rio de Janeiro.
Jocilene Couto Nascimento, advogada do reclamante Valeiro Gomes Pliger da Silva, vem, ante a presença de V. Exª, informar que, de uma forma ou de outra, resolveu renunciar aos poderes doados pelo autor na folha da procuração.

Que a presente renúncia tem motivos justificadores suficientes, trazendo desânimo até a alma; senão, vejamos agora:

1 - A ilustre advogada renunciante é considerada pela maioria a maior advogada de Duque de Caxias (RJ), a mais brilhante, pois sou competente,conheço muito o direito, o errado e o certo.
Minha insatisfação é originária da mudança no nome de 'Justiça do Trabalho'. Antes, chamava-se Junta de Conciliação e Julgamento e agora passou a chamar-se "Vara". Esta nova denominação me trouxe e me traz diariamente imensos e grandes constrangimentos.
2 - Antes, para vir fazer audiências ou acompanhar processos eu entrava na Junta, e agora sou obrigada a dizer "estou entrando na Vara", "fui à Vara", "fiquei esperando sentada na Vara". Não concordo.
Sou mulher, evangélica e não gosto de gracejos. Deixo a "Vara" para quem gosta de vara, funcionários, varejistas, homossexuais, fiquem na vara, permaneçam na vara, trabalhem com vara. Saio desgostosa por não concordar com o termo pornográfico, vara pra lá, vara pra cá...

Em tempo:
Outro dia, estava entrando no prédio da Justiça do Trabalho e o meu celular tocou. Era meu marido. Ele perguntou: onde você está? E olha só o constrangimento da minha resposta:
"Entrando na décima Vara".


Assim, comunico minha renúncia. Já comuniquei verbalmente a meu ex-cliente, tudo na forma da lei.


Assim posto, peço e aguardo deferimento. São João de Meriti - Rio de  Janeiro, 05-05-2002. Jocilene Couto Nascimento - Advogada / OAB - RJ 83.191.

BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

A última semana foi marcada por graves ataques aos direitos e à vida das mulheres do Rio Grande do Sul e do Brasil. No RS oito mulheres foram assassinadas, vítimas de crimes passionais, motivados por uma cultura machista que ainda hoje permite que a mulher seja tratada como propriedade do marido ou companheiro.



No cenário nacional, o retrocesso ficou por conta da aprovação na Comissão de Tributação da Câmara Federal, do Projeto de Lei que cria o Estatuto do Nascituro. Este, entre outras afrontas, propõe a criação da "bolsa estupro" e concede ao estuprador os direitos paternos sobre a criança gerada através deste crime hediondo.



Diante disso, a Comissão Executiva Estadual do PT/RS manifesta seu total apoio aos atos que estão sendo organizados pelos movimentos feministas e de mulheres em protesto contra essa situação. Entendemos que o Poder Judiciário precisa fazer a sua parte, ampliando os recursos destinados à fiscalização do cumprimento das medidas protetivas, bem como dando celeridade na tramitação e julgamento dos processos oriundos da Lei Maria da Penha.



Orientamos todos(as) prefeitos(as), vices, vereadores(as), direções municipais e setoriais do PT/RS a participarem ativamente da organização de atos e manifestações no próximo dia 12 de junho, no horário do meio-dia, e que estas atividades ocorram - preferencialmente - em frente a sede do Poder Judiciário em cada município.



Nossos(as) parlamentares devem ainda ocupar as tribunas nos legislativos nesta data, chamando a atenção da sociedade para a necessidade urgente de darmos um basta a todas as formas de violência contra as mulheres. Nos executivos municipais, os governos petistas devem aprofundar as políticas de enfrentamento à violência sexista e de geração de renda, garantindo às mulheres a autonomia necessária para dirigir suas vidas.


PT RS.

Dez anos após sua implantação, o Bolsa Família mudou a vida nos rincões mais pobres do país:

Dez anos após sua implantação, o Bolsa Família mudou a vida nos rincões mais pobres do país: o tradicional coronelismo perde força e a arraigada cultura da resignação está sendo abalada.
A conclusão é da socióloga Walquiria Leão Rego, 67, que escreveu, com o filósofo italiano Alessandro Pinzani, "Vozes do Bolsa Família" (Editora Unesp, 248 págs., R$ 36). O livro será lançado hoje, às 19h, na Livraria da Vila do shopping Pátio Higienópolis. No local, haverá um debate mediado por Jézio Gutierre com a participação do cientista político André Singer e da socióloga Amélia Cohn.

Senado convida presidente da Caixa para explicar boato do Bolsa Família
Durante cinco anos, entre 2006 e 2011, a dupla realizou entrevistas com os beneficiários do Bolsa Família e percorreu lugares como o Vale do Jequitinhonha (MG), o sertão alagoano, o interior do Maranhão, Piauí e Recife. Queriam investigar o "poder liberatório do dinheiro" provocado pelo programa.
Aproveitando férias e folgas, eles pagaram do próprio bolso os custos das viagens. Sem se preocupar com estatística, a pesquisa foi qualitativa e baseada em entrevistas abertas.
Professora de teoria da cidadania na Unicamp, Rego defende que o Bolsa Família "é o início de uma democratização real" do país. Nesta entrevista, ela fala dos boatos que sacudiram o programa recentemente e dos preconceitos que cercam a iniciativa: "Nossa elite é muito cruel", afirma.



Karime Xavier-31.mai.13/Folhapress
Walquiria Leão Rego, uma das autoras do livro sobre o Bolsa Família, que será lançado hoje, às 19h, na Livraria da Vila, em SP
Folha - Como explicar o pânico recente no Bolsa Família? Qual o impacto do programa nas regiões onde a sra. pesquisou?

Walquiria Leão Rego - Enorme. Basta ver que um boato fez correr um milhão de pessoas. Isso se espalha pelos radialistas de interior. Elas [as pessoas] são muito frágeis. Certamente entraram em absoluto desespero. Poderia ter gerado coisas até mais violentas. Foi de uma crueldade desmesurada. Foi espalhado o pânico entre pessoas que não têm defesa. Uma coisa foi a medida administrativa da CEF (Caixa Econômica Federal). Outra coisa é o que a policia tem que descobrir: onde começou o boato. Fiquei estupefata. Quem fez isso não tem nem compaixão. Nossa elite é muito cruel. Não estou dizendo que foi a elite, porque seria uma leviandade.

Como assim?
Tem uma crueldade no modo como as pessoas falam dos pobres. Daí aparecem os adolescentes que esfaqueiam mendigos e queimam índios. Há uma crueldade social, uma sociedade com desigualdades tão profundas e tão antigas. Não se olha o outro como um concidadão, mas como se fosse uma espécie de sub-humanidade. Certamente essa crueldade vem da escravidão. Nenhum país tem mais de três séculos de escravidão impunemente.

Qual o impacto do Bolsa Família nas relações familiares?
Ocorreram transformações nelas mesmas. De repente se ganha uma certa dignidade na vida, algo que nunca se teve, que é a regularidade de uma renda. Se ganha uma segurança maior e respeitabilidade. Houve também um impacto econômico e comercial muito grande. Elas são boas pagadoras e aprenderam a gerir o dinheiro após dez anos de experiência. Não acho que resolveu o problema. Mas é o início de uma democratização real, da democratização da democracia brasileira. É inaceitável uma pessoa se considerar um democrata e achar que não tenha nada a ver com um concidadão que esteja ali caído na rua. Essa é uma questão pública da maior importância.

O Bolsa Família deveria entrar na Constituição?
A constitucionalização do Bolsa Família precisava ser feita urgentemente. E a renda tem que ser maior. Esse é um programa barato, 0,5% do PIB. Acho, também, que as pessoas têm direito à renda básica. Tem que ser uma política de Estado, que nenhum governo possa dizer que não tem mais recurso. Mas qualquer política distributiva mexe com interesses poderosos.

A sra. poderia explicar melhor?
Isso é histórico. A elite brasileira acha que o Estado é para ela, que não pode ter esse negócio de dar dinheiro para pobre. Além de o Bolsa Família entrar na Constituição, é preciso ter outras políticas complementares, políticas culturais específicas. É preciso ter uma escola pensada para aquela população. É preciso ter outra televisão, pois essa é a pior possível, não ajuda a desfazer preconceitos. É preciso organizar um conjunto de políticas articuladas para formar cidadãos.

A sra. quer dizer que a ascensão é só de consumidores?
As pessoas quando saem desse nível de pobreza não se transformam só em consumidores. A gente se engana. Uma pesquisadora sobre o programa Luz para Todos, no Vale do Jequitinhonha, perguntou para um senhor o que mais o tinha impactado com a chegada da luz. A pesquisadora, com seu preconceito de classe média, já estava pronta para escrever: fui comprar uma televisão. Mas o senhor disse: 'A coisa que mais me impactou foi ver pela primeira vez o rosto dos meus filhos dormindo; eu nunca tinha visto'. Essa delicadeza... a gente se surpreende muito.

O que a surpreendeu na sua pesquisa?
Quando vi a alegria que sentiam de poder partilhar uma comida que era deles, que não tinha sido pedida. Não tinham passado pela humilhação de pedi-la; foram lá e compraram. Crianças que comeram macarrão com salsicha pela primeira vez. É muito preconceituoso dizer que só querem consumir. A distância entre nós é tão grande que a gente não pode imaginar. A carência lá é tão absurda. Aprendi que pode ser uma grande experiência tomar água gelada.

Li que a sra. teria apurado que o Bolsa Família, ao tornar as mulheres mais independentes, estava provocando separações, uma revolução feminina. Mas não encontrei isso no livro. O que é fato?
É só conhecer um pouco o país para saber que não poderia haver entre essas mulheres uma revolução feminista. É difícil para elas mudar as relações conjugais. Elas são mais autônomas com a Bolsa? São. Elas nunca tiveram dinheiro e passaram a ter, são titulares do cartão, têm a senha. Elas têm uma moralidade muito forte: compram primeiro a comida para as crianças. Depois, se sobrar, compram colchão, televisão. É ainda muito difícil falar da vida pessoal. Uma ou outra me disse que tinha vontade de se separar. Há o problema de alcoolismo. Esses processos no Brasil são muito longos. Em São Paulo é comum a separação; no sertão é incomum. A família em muitos lugares é ampliada, com sogra, mãe, cunhado vivendo muito próximos. Essa realidade não se desfaz.

Mas há indícios de mudança?
Indícios, sim. Certamente elas estão falando mais nesse assunto. Em 2006, não queriam falar de sentimentos privados. Em 2011, num povoado no sertão de Alagoas, me disseram que tinha havido cinco casos de separação. Perguntei as razões. Uma me disse: 'Aquela se apaixonou pelo marido da vizinha'. Perguntei para outra. Ela disse: 'Pensando bem, acho que a bolsa nos dá mais coragem'. Disso daí deduzir que há um movimento feminista, meu deus do céu, é quase cruel. Não sei se dá para fazer essa relação tão automática do Bolsa com a transformação delas em mulheres mais independentes. Certamente são mais independentes, como qualquer pessoa que não tinha nada e passa a ter uma renda. Um homem também. Mas há censuras internas, tem a religião. As coisas são muito mais espessas do que a gente imagina.

O machismo é muito forte?
Sim. E também dentro delas. Se o machismo é muito percebido em São Paulo, imagina quando no chamado Brasil profundo. Lá, os padrões familiares são muito rígidos. É comum se ouvir que a mulher saiu da escola porque o pai disse que ela não precisava aprender. Elas se casam muito cedo. Agora, como prevê a sociologia do dinheiro, elas estão muito contentes pela regularidade, pela estabilidade, pelo fato de poderem planejar minimamente a vida. Mas eu não avançaria numa hipótese de revolução sexual.

O Bolsa Família mexeu com o coronelismo?
Sim, enfraqueceu o coronelismo. O dinheiro vem no nome dela, com uma senha dela e é ela que vai ao banco; não tem que pedir para ninguém. É muito diferente se o governo entregasse o dinheiro ao prefeito. Num programa que envolve 54 milhões de pessoas, alguma coisa de vez em quando [acontece]. Mas a fraude é quase zero. O cadastro único é muito bem feito. Foi uma ação de Estado que enfraqueceu o coronelismo. Elas aprenderam a usar o 0800 e vão para o telefone público ligar para reclamar. Essa ideia de que é uma massa passiva de imbecis que não reagem é preconceito puro.

E a questão eleitoral?
O coronel perdeu peso porque ela adquiriu uma liberdade que não tinha. Não precisa ir ao prefeito. Pode pedir uma rua melhor, mas não comida, que era por ai que o coronelismo funcionava. Há resíduos culturais. Ela pode votar no prefeito da família tal, mas para presidente da República, não.

Esses votos são do Lula?
São. Até 2011, quando terminei a pesquisa, eram. Quando me perguntam por que Lula tem essa força, respondo: nunca paramos para estudar o peso da fala testemunhal. Todos sabem que ele passou fome, que é um homem do povo e que sabe o que é pobreza. A figura dele é muito forte. O lado ruim é que seja muito personalizado. Mas, também, existe uma identidade partidária, uma capilaridade do PT.

Há um argumento que diz que o Bolsa Família é como uma droga que torna o lulismo imbatível nas urnas. O que a sra. acha?
Isso é preconceito. A elite brasileira ignora o seu país e vai ficando dura, insensível. Sente aquele povo como sendo uma sub-humanidade. Imaginam que essas pessoas são idiotas. Por R$ 5 por mês eles compram uma parabólica usada. Cheguei uma vez numa casa e eles estavam vendo TV Senado. Perguntei o motivo. A resposta: 'A gente gosta porque tem alguma coisa para aprender'.

No livro a sra. cita muitos casos de mulheres que fizeram laqueadura. Como é isso?
O SUS (Sistema Único de Saúde) está fazendo a pedido delas. É o sonho maior. Aliás, outro preconceito é dizer que elas vão se encher de filhos para aumentar o Bolsa Família. É supor que sejam imbecis. O grande sonho é tomar a pílula ou fazer laqueadura.

A sra. afirma que é preconceito dizer que as pessoas vão para o Bolsa Família para não trabalhar. Por quê?
Nessas regiões não há emprego. Eles são chamados ocasionalmente para, por exemplo, colher feijão. É um trabalho sem nenhum direito e ganham menos que no Bolsa Família. Não há fábricas; só se vê terra cercada, com muitos eucaliptos. Os homens do Vale do Jequitinhonha vêm trabalhar aqui por salários aviltantes. Um fazendeiro disse para o meu marido que não conseguia mais homens para trabalhar por causa do Bolsa Família. Mas ele pagava R$ 20 por semana! O cara quer escravo. Paga uma miséria por um trabalho duro de 12, 16 horas, não assina carteira, é autoritário, e acha que as pessoas têm que se submeter a isso. E dizem que receber dinheiro do Estado é uma vergonha.

Há vontade de deixar o Bolsa Família?
Elas gostariam de ter emprego, salário, carteira assinada, férias, direitos. Há também uma pressão social. Ouvem dizer que estão acomodadas. Uma pesquisa feita em Itaboraí, no Rio de Janeiro, diz que lá elas têm vergonha de ter o cartão. São vistas como pobres coitadas que dependem do governo para viver, que são incapazes, vagabundas. Como em "Ralé", de Máximo Gorki, os pobres repetem a ideologia da elite. A miséria é muito dura.

A sra. escreve que o Bolsa Família é o inicio da superação da cultura de resignação? Será?
A cultura da resignação foi muito estudada e é tema da literatura: Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto, José Lins do Rego. Ela tem componente religioso: 'Deus quis assim'. E mescla elementos culturais: a espera da chuva, as promessas. Essa cultura da resignação foi rompida pelo Bolsa Família: a vida pode ser diferente, não é uma repetição. É a hipótese que eu levanto. Aparece uma coisa nova: é possível e é bom ter uma renda regular. É possível ter outra vida, não preciso ver meus filhos morrerem de fome, como minha mãe e minha vó viam. Esse sentimento de que o Brasil está vivendo uma coisa nova é muito real. Hoje se encontram negras médicas, dentistas, por causa do ProUni (Universidade para Todos). Depois de dez anos, o Bolsa Família tem mostrado que é possível melhorar de vida, aprender coisas novas. Não tem mais o 'Fabiano' [personagem de "Vidas Secas"], a vida não é tão seca mais.

ELEONORA DE LUCENA
DE SÃO PAULO



segunda-feira, 10 de junho de 2013

Governo quer apresentar traçado definitivo da ERS-010 até o final do mês

Ideia é consolidar até junho um plano diretor de desenvolvimento econômico - Foto: Gustavo Gargioni/Especial Palácio Piratini
Ideia é consolidar até junho um plano diretor de desenvolvimento econômico - Foto: Gustavo Gargioni/Especial Palácio Piratini



Uma reunião entre representantes dos municípios da Região Metropolitana e do Governo do Estado definiu um cronograma técnico para as obras da ERS-010, conhecida como Rodovia do Progresso. No encontro, realizado nesta quinta-feira (06), no Palácio Piratini, o secretário de Coordenação de Assessoramento Superior do Governo, João Victor Domingues, confirmou que o objetivo do grupo é concluir o traçado definitivo da rodovia - que vai ligar Porto Alegre a Sapiranga - até o final deste mês. A ideia é consolidar até julho um plano diretor de desenvolvimento econômico. 

Junto com o prefeito de Canoas, Jairo Jorge, e integrantes das prefeituras da Região Metropolitana, João Victor afirmou que o projeto vai priorizar o conceito de integração regional - aliado a um eixo de desenvolvimento econômico - e aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) daquela área. "Tenho certeza de que os municípios da região e o próprio Estado vão se colocar num outro patamar do ponto de vista da atração de desenvolvimento e da geração de riqueza. Esse empreendimento vai gerar para os municípios um PIB de R$ 7 bilhões". E destacou a forma de execução do projeto por meio da Parceria Público-Privada (PPP). "É uma PPP que atende a uma função de desenvolvimento, mas também de preocupação social". 

Após a conclusão do traçado da rodovia e da consolidação do plano diretor de desenvolvimento econômico, o Governo pretende encaminhar a licitação. "Em novembro, depois de validado por todos os órgãos de controle interno, pretendemos fazer a publicação do edital da licitação da PPP. Se tudo der certo, ocorrer bem com a licitação, em fevereiro se assina o contrato. O ano de 2014 seria utilizado para a elaboração do projeto executivo e, depois, para as desapropriações. Em 2015, ocorreria o começo das obras". 

Secretário de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, João Motta explicou que o calendário prevê uma primeira fase de ajustes dos traçados, que vai até final de junho, e uma segunda etapa - em julho - que vai servir para discutir as diretrizes para adequação do plano de desenvolvimento metropolitano. Um comitê executivo com integrantes do Governo e das cidades da Região Metropolitana vai aprofundar o debate. "Apareceram várias discussões e observações feitas pelos municípios, portanto estabelecemos que a partir da instalação desse comitê executivo constituído pelas dez prefeituras serão feitos esses ajustes". 

Motta destacou que a ideia é reforçar o diálogo com os municípios para acertar o traçado mais adequado. "A reunião marca os encaminhamentos em relação ao projeto de forma dividida entre o Estado e os municípios. A finalidade da reunião era fazer com que os municípios assumissem também a coordenação e o processo todo de tomada de decisões a partir de agora". O secretário reiterou que o Estado trabalha com cautela. "Precisamos de boas equações técnicas para viabilizar tudo aquilo que está colocado como hipótese, sob pena de precipitarmos o processo e acabarmos trazendo como consequência perdas. Como é o caso de divisões em áreas rurais em municípios com áreas rurais menores, ou não localizar precisamente áreas que possam ser usadas para expansão de áreas industriais ou áreas de comércios".

Jairo Jorge afirmou que a reunião serviu para detalhar os principais pontos que envolvem os municípios e avaliar as mudanças de traçado da ERS-010 - que atinge dez municípios da região Metropolitana. A ideia é compatibilizar o desenvolvimento das cidades com o projeto de desenvolvimento da rodovia. "Até o final de junho, vamos definir o trajeto incluindo as dez cidades e, em julho, concluir a primeira etapa de pensar o desenvolvimento da região. Até julho deveremos estar com os estudos e propostas concluídas, garantindo para o segundo semestre toda a fase final do projeto. Em seguida, iniciaremos o processo licitatório e, até o final de 2013, devemos concluir para que, no ano que vem, possamos dar início ao projeto".

Texto: Felipe Samuel


sexta-feira, 7 de junho de 2013

Areia para o Rio Grande, com transporte ferroviário e autorização ambiental. Vem que tem em CACEQUI.



Deserto de incapacidade.

Alô mundo, tudo que temos é areia e de lambuja temos o meio de transporte mais barato, capaz de transportar toda a quantia que for necessária.
A incapacidade do nosso Cacequi é algo fora do comum. Num momento em que todos clamam por areia, nossos rio estão abarrotados do mineral. Temos também uma linha férrea com diversos ramais dentro de um dos maiores rios da região. É isto sim, aqui em Cacequi, sob a maior ponte férrea de ferro da America Latina, é possível fazer o trem entrar dentro do rio e ser carregado com abundante quantidade de areia. 
Contudo, quando lemos e ouvimos notícias sobre a crise da falta da areia são ventiladas várias hipóteses, porém todas elas demonstram desconhecer este potencial, nem ao menos as autoridades e empresários deste setor sabem que nós existimos e que nós e nossos rios estamos mergulhados em montanhas de areia.

O tempo das revoluções simultâneas


Por Wanderley Guilherme dos Santos, cientista político.

A Lei de Responsabilidade Fiscal de Fernando Henrique Cardoso foi um dos últimos atos da república oligárquica brasileira, atenta à estabilidade da moeda e fiadora de contratos. Necessária, sem dúvida, mas Campos Sales, se vivo, aplaudiria de pé em nome dos oligarcas. Mas já não ficaria tão satisfeito com que o veio a seguir. Depois de promover drástica rearrumação nas prioridades de governo, o presidente Lula instaurou no país uma trajetória de crescimento via promoção social deixando para trás, definitivamente, a memória de Campos Sales e de seus rebentos tardios. Milhões de famílias secularmente atreladas às sobras do universo econômico foram a ele integradas como ativos atores e consumidores. Desde agora, para desgosto de alguns e expectativa de todos os demais, a história do Brasil não se fará sem o concurso participante do trabalho e das preferências desse novo agregado a que chamamos de povo.

Com Dilma Rousseff instalou-se a desordem criadora, aquela que não deixa sossegada nenhuma rotina nem contradição escondida. Não há talvez sequer um segmento da economia, dos desvãos sociais e das filigranas institucionais que não esteja sendo desafiado e submetido a transformação. Da assistência universal à população, reiterando e expandindo a trilha inaugurada por Lula, à reformulação dos marcos legais do crescimento econômico, à organização da concorrência, à multiplicação dos canais de troca com o exterior, ao financiamento maiúsculo da produção, aos inéditos programas de investimento submetidos à iniciativa privada, a sacudidela na identidade nacional alcança de norte a sul. A cada mês de governo parece que sucessivas bandeiras da oposição tradicional tornam-se obsoletas. Já eram.

O tempo é de revoluções simultâneas, cada qual com seu ritmo e exigências específicas, o que provoca inevitáveis desencontros de trajetos. Uma usina geradora de energia repercute na demanda por vários serviços, insumos, mão de obra, criando pressões, tensões, balbúrdias. Li em Carta Maior (9/4/13) que a Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção informa que, no Brasil, convivem hoje 12.600 obras em andamento e agendadas até 2016. Ainda segundo a mesma fonte, das 50 maiores obras em execução no planeta, 14 estão sendo realizadas no país. Claro que os leitores não serão informados pela mídia tradicional. A monumental transformação do país, que não precisa apenas crescer, mas descontar enorme atraso histórico, produz entrechoques das dinâmicas mais díspares, o que surge, na superfície, como desordem conjuntural. É, contudo, indicador mais do que benigno. Mas disso os leitores só são informados em reportagens e manchetes denunciando o que estaria sendo o atual desgoverno do país. Qual…

Os melhores informativos do estado geral da nação encontram-se nos portais do IBGE, do IPEA e afins. Os antigos jornalões apequenaram-se. São, hoje, nanicos.

Wanderley Guilherme dos Santos é cientista político. Ás quintas, publica a coluna Cafezinho com Wanderley Guilherme.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Controle público dos pedágios é o tema do programa Mateando com Rio Grande


Conforme Bertotto, os polos privados, quando administrados pela EGR, tornam-se polos comunitários - Foto: Pedro Revillion / Palácio Piratini
Conforme Bertotto, os polos privados, quando administrados pela EGR, tornam-se polos comunitários - Foto: Pedro Revillion / Palácio Piratini
O Estado começou a reverter na justiça o direito de realizar o controle público dos pedágios, e este é tema do programa de rádio Mateando com o Rio Grande, que nesta segunda-feira (3), entrevista o presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), Luiz Carlos Bertotto. O programa é produzido pela Diretoria de Jornalismo da Secretaria de Comunicação e Inclusão Digital (Secom) e está disponível para download gratuito no portal do Governo do Estado. 

Conforme Bertotto, os polos privados, quando administrados pela EGR, tornam-se polos comunitários, com estrutura de participação popular. “Junto com a comunidade iremos trabalhar para tomar decisões, como quais obras serão feitas e onde serão colocados os investimentos”, ressaltando que questões ligadas à manutenção das rodovias é obrigação da EGR. “A diferença do modelo atual é que o Governo irá comandar estes polos, com ampla participação da sociedade”.

Tarifas 
“Automóveis vão pagar um valor 26% menor, e para caminhões a redução é de 30%”, diz Bertotto, ao afirmar que no momento em que a EGR assume as praças de pedágio, os valores já entram em vigor.

Levantada a cancela, a proposta da EGR é tornar os pedágios comunitários e manter a rodovia em condições de tráfego. “Nós temos hoje várias obras como rotatórias e passarelas que já deveriam ter sido feitas, a EGR vai trabalhar junto com as comunidades para melhorar não só as condições da rodovia, fazendo terceira faixa e duplicações, mas também as condições de segurança no trânsito para que o número de acidentes diminua cada vez mais”, ressalta o presidente. 

Novos polos em controle público 
O Rio Grande do Sul possui uma malha de cerca de 820km de pedágios, e conforme Bertotto, os dois polos debatidos atualmente (Caxias do Sul e Lajeado) localizam-se em rodovias federais (BR-116 e BR-386) e serão entregues ao Governo Federal, não havendo mais cobrança de pedágio. “O polo de Farroupilha será extinto pelo Governo do Estado. Além disso, outras quatro praças (Encantado, Boa Vista, Cruzeiro do Sul e Flores da Cunha) serão assumidas pela EGR, a partir do momento em que nós tivermos a decisão favorável da justiça”, diz. 

Bertotto afirma que as empresas já estão prontas para trabalhar na parte de arrecadação, e que a licitação para a contratação de roçada e conservação da estrada está em andamento. As empresas que realizam pintura, colocação de placas e faixas, já estão contratadas, e as primeiras obras serão as menores, porém fundamentais para a melhoria da trafegabilidade, acesso aos municípios e segurança dos motoristas e pedestres. 

Informações 
No site www.egr.rs.gov.br é possível encontrar publicações como editais, leis e decretos, também estão disponíveis o preço das atuais tarifas e serviços como o volume de tráfego das rodovias administradas pela EGR

Texto: Daiane Roldão

terça-feira, 4 de junho de 2013

"o maior volume de recursos da Participação Popular já liberado em um mesmo exercício pelo governo estadual"


Governador Tarso Genro durante solenidade do RS Mais Cidades - Desenvolvimento com Participação - Foto: Caco Argemi/Palácio Piratini
Governador Tarso Genro durante solenidade do RS Mais Cidades - Desenvolvimento com Participação - Foto: Caco Argemi/Palácio Piratini


O Governo do Estado anunciou a liberação de R$ 337 milhões nesta terça-feira (04), no Palácio Piratini. São recursos próprios do Estado, definidos por meio da Participação Popular e Cidadã, e também do programa Badesul Cidades, beneficiando todos os municípios gaúchos. Deste total, R$ 219 milhões serão destinados às obras votadas pela população: este é o maior volume de recursos da Participação Popular já liberado em um mesmo exercício pelo governo estadual. Os demais R$ 118 milhões são do Badesul, distribuídos em contratos de financiamento com 88 municípios.

"Nós estamos avançando na qualificação das funções públicas do Estado, não estamos dirigindo o orçamento público a partir de uma ficção contábil, mas sim encarando a realidade de uma crise estrutural que existe a mais de 20 anos. A única forma de sair da crise é investir e crescer, compartilhando com a União Federal e com os municípios tanto as vantagens, como as dificuldades desta luta", disse o governador Tarso Genro. 

O chefe do Executivo ressaltou que o Governo está investindo em programas e ações que retomem uma coesão social mínima, já que, conforme ele, não há democracia sem coesão social mínima e sem que as pessoas se sintam pertencentes à esfera da política. "Tudo de arrojado e positivo que acontece dentro do Estado, sempre ocorre de fora para dentro, porque é isso que faz vencer a rotina, a burocracia, e isso que desperta as asas verdejantes da imaginação também na área financeira que sempre está comprimida e tencionada". 

"Nenhum prefeito do Rio Grande do Sul poderá dizer que foi tratado pelo nosso Governo a partir de um exame da sua sigla política ou sigla partidária. O prefeito que entra no Palácio Piratini é um mandatário popular, eleito democraticamente e merece o mesmo respeito e tratamento de qualquer outro prefeito do partido do governador ou qualquer aliado", ressaltou Tarso, ao destacar que a liberação da verba definida por meio da Participação Popular e Cidadã "é uma vitória dos prefeitos, do povo gaúcho, do sistema de participação popular, e também do Governo". 

Conforme o presidente do Badesul, Marcelo Lopes, 50% dos municípios atendidos tê até cinco mil habitantes, o que faz desta ação ainda mais forte, já que apoia os pequenos municípios gaúchos, inclusive na elaboração de projetos. "No início da gestão nós tínhamos R$ 130 milhões para financiar aos municípios. Com o aporte dos financiamentos que o Estado fez, nós conseguimos ampliar para R$ 200 milhões, a verba compartilhada aos municípios", disse o presidente. Dos R$ 118 milhões, 50% deste aporte serão para obras de pavimentação e aquisição de máquinas e implementos rodoviários. 

O presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Ary Vanazzi, falou que o projeto da Consulta Popular é uma luta incansável do municipalismo gaúcho. "É aqui que brota o verdadeiro debate. Este programa de infraestrutura que estamos recebendo, principalmente para os 380 municípios que têm menos de 20 mil habitantes é algo inovador no nosso Rio Grande do Sul. Quando temos programas diferenciados, temos certeza de que estamos mudando a vida dos nossos municípios e do nosso Estado". 

Obras votadas serão incorporadas no orçamento 
Para o secretário de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, João Motta, o conjunto do Governo foi desafiado a buscar recursos, preservando o Tesouro do Estado. "A participação popular pressupõe o processo de diálogo direto, é isso que torna este processo grandioso, e é isso que fortalece a estratégia fundamental do Governo, que é de decidir na democracia, que interfere na tomada de decisões". 

O secretário anunciou, ainda, que as demandas que representam obras e que ainda não estão no orçamento, se forem votadas, serão incorporadas no orçamento do Estado. "Votou, deliberou, entra no orçamento do Estado. As assembleias passam a ser um dos momentos mais importantes na tomada de decisão sobre as verbas e o orçamento do Estado a partir de agora", ressaltou João Motta. 


Texto: Daiane Roldão