Até agora o movimento tem um sentido altamente progressista, é um acontecimento histórico e marcará o futuro próximo. Embora existam reivindicações definidas, é também uma espécie de movimento de todos contra tudo. É uma fúria desesperada pela esperança. É um movimento multissocial e multitemático. Para ser um movimento pelo Brasil precisa ser um movimento por mais justiça e igualdade. É uma luta pelo reconhecimento dos não reconhecidos e de representação dos não representados.
Mas se o movimento não definir sua fisionomia, seu programa, seus objetivos, poderá se tornar um movimento do nada contra o nada. O que preocupa é que existem grupos neofascistas violentos no seu interior. Existem também grupos conservadores que querem viabilizar uma pauta de direita e de retrocessos sociais. Se a luta é por liberdade, direitos, contra a corrupção e por um Brasil melhor e mais justo, essas perspectivas conservadoras e neofascistas precisam ser barradas.
Todos têm direito de se manifestar. Quando só alguns querem esta exclusividade, a situação fica perigosa. Esta é uma advertência que paira sobre o próprio movimento. Ele terá que decidir se quer tirar um saldo político e organizativo dessa energia toda ou ser quer auto-exaurir-se em desperdício e frustração. Nos nossos corações e nos nossos conselhos devemos querer que ele seja partícipe da construção de um país mais justo e humano.
Aldo Fornazieri – Diretor Acadêmico da Fundação Escola de Sociologia e Política de São P
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