Com a chegada desses profissionais, o Estado passa a contar com 1.065 médicos oriundos do programa | Foto: Caco Argemi/Palácio Piratini
Nícolas Pasinato Sul21.
A partir da próxima semana, o Rio Grande do Sul contará com 422 novos profissionais cubanos que atuarão no atendimento em atenção básica de 200 municípios gaúchos. Com a chegada desses profissionais, o estado passa a contar com 1.065 médicos oriundos do programa Mais Médicos. Os números foram anunciados nesta quinta-feira (17), durante o encerramento da semana de acolhimento do 4º Ciclo do Programa Mais Médicos do governo federal, que ocorreu no Plaza São Rafael, em Porto Alegre. O evento contou com a participação do ministro da Saúde, Arthur Chioro, do governador Tarso Genro, do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, entre outras autoridades.
Conforme o governo, a iniciativa passará a beneficiar 3,7 milhões de gaúchos. Isso significa que mais de 30% da população gaúcha passa a ter acesso ao cuidado mais próximo de suas casas. O Rio Grande do Sul ainda receberá mais oito médicos no 5° e último ciclo do programa, passando a contar com 1.073 profissionais que atenderão em 379 municípios. Porto Alegre receberá 32 profissionais do 4° ciclo, totalizando 129 médicos.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, apresentou ainda números relacionados a recursos investidos no área da saúde do estado. Conforme ele, o Ministério da Saúde está investindo R$ 243,9 milhões para obras em 1.171 UBS (Unidade Básica de Saúde) no Rio Grande do Sul. Além disso, segundo o ministro, estão sendo investidos R$ 166,5 milhões para obras e equipamentos em hospitais e R$ 117,6 milhões para obras e equipamentos em 59 UPAs 24 horas. “Não estamos pensando em ‘fazer medicina pobre para pobre’ como alguns dizem. Estamos pensando na atenção integrada. No sistema de saúde como um todo”, disse ele.
Chioro disse ainda que há uma errônea simplificação do Mais Médicos, por parte do debate nacional, como um programa de provimento emergencial, que coloca médicos em regiões vulneráveis, onde antes não existia profissionais. Ele destaca o aspecto de formação do programa, por exemplo. “Parece que o programa se resume a trazer médicos cubanos para o Brasil, mas estamos fazendo a lição de casa. Estamos investindo em infraestrutura e mexendo na formação e regulação do trabalho. Estamos criando 11,5 mil novas vagas de graduação de medicina até 2017. Também estamos criando 12,4 mil novas vagas de residência para formação de especialistas. Com os novos cursos de medicina, esperamos a formação de 600 mil médicos até 2026″, revelou ele.
De acordo com o ministro, um dos objetivos do governo é pular dos atuais de 1,8 médicos para cada mil habitantes do país para 2,8 médicos. “Se não fizéssemos nada, só alcançaríamos essa meta em 2035. Ou seja, a situação só agravaria até lá”, disse.
Governador e prefeito elogiam o programa
O governador Tarso Genro destacou a importância do governo recuperar as funções públicas de estado. “Políticas de desenvolvimento que combatem a desigualdade social começou a ser implantadas, na opinião deste governador, com o presidente Lula. Hoje, independente das diferentes forças políticas presentes aqui, é necessária a compreensão da importância de recuperar as funções públicas do Estado e a constituição de nosso país que diz que a saúde é dever do Estado e direito de todos”, disse.
O prefeito José Fortunati ressaltou a importância da Frente Nacional dos Prefeitos na implantação do programa Mais Médicos. “A Frente Nacional dos Prefeitos iniciou uma campanha chamada ‘Cade o médico?’, pois a principal dificuldade dos prefeitos e prefeitas nas suas gestões estava na área da saúde. Porto Alegre está em quinto lugar entre as cidades brasileiras com melhores estruturas no atendimento do Sistema Único de Saúde, mas enfrentava problemas com a falta de médicos em bairros como Lomba do Pinheiro, Restinga, Cristal e Sarandi. Graças a vocês essa realidade começa a mudar para muito melhor, especialmente nas regiões periféricas”, comemorou Fortunati.
O cubano Wilmer Oliveira, que passará a atender na cidade de Encantado a partir da próxima semana, disse que veio ao Brasil por três razões: ajudar a população brasileira, contribuir para a revolução de Cuba e poder conhecer outras partes do mundo. Segundo ele, a expectativa em relação a recepção dos brasileiros é de “muito carinho e muito amor”, assim como ele promete receber os seus novos pacientes. Sobre a dificuldade com a língua, ele não esconde a dificuldade: “É muito complicado ‘pero’ aprendemos”, disse ele, em um nítido portunhol.
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