quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A mãe do Juvenal morreu. Valeu Juvenal.

 Com a resistência que só os brasileiros têm, o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma entrevista.
  Ao chegar ao escritório, o entrevistador observou que o candidato tinha exatamente o perfil desejado, as virtudes ideais e lhe perguntou:
 Qual foi seu último salário?
 
 - "Salário mínimo", respondeu Juvenal.
 - Pois se o Senhor for contratado, ganhará 10 mil dólares por mês! 
- Jura? 
-Que carro o Senhor tem?
  
 - Na verdade, agora eu só tenho um carrinho pra vender pipoca na rua e um carrinho de mão!
 
  - Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma BMW para sua esposa! Tudo zero! 
 - Jura?
 
 
- O senhor viaja muito para o exterior?

 - Que nada! O lugar mais longe que fui foi pra Belo Horizonte, visitar uns parentes, mas já faz tempo...

  - Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano, para Londres, Paris, Roma, Mônaco, Nova Iorque, etc.
  - Jura?
 - E lhe digo mais.... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora; porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido.
 Se até amanhã (6ª feira) à meia-noite o senhor NÃO receber um telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira com todas essas regalias que eu citei. Então já sabe: se NÃO receber telegrama cancelando até à meia-noite de amanhã, o emprego é seu!
 Juvenal saiu do escritório radiante. Agora era só esperar até a meia-noite da 6ª feira e rezar para que não aparecesse nenhum maldito telegrama.

 Sexta-feira mais feliz não poderia haver. E Juvenal reuniu a família e contou as boas novas. Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa à base de muita música.

 Sexta de tarde já tinha um barril de chope aberto... Às 9 horas da noite a festa fervia. A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta.
 Dez horas, e a mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero... A vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pro lado do Juvenal. E a
 banda tocava! E o chope gelado rolava! O povo dançava!
   Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro. Gastara horrores para o bairro encher a pança.
 Tudo por conta do primeiro salário. E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba, meio assustada. 
 Às onze horas e cinqüenta e cinco minutos, vira na esquina buzinando feito louco, um cara numa motoca amarela... Era do Correio!
 A festa parou!
 A banda calou!
 A tuba engasgou!
 Um bêbado arrotou!
 Uma velha peidou!
Um cachorro uivou!
 Meu Deus, e agora? Quem pagaria a conta da festa?
 - "Coitado do Juvenal"! Era a frase mais ouvida.
 - Joguem água na churrasqueira!
 O chope esquentou!
; A mulher do Juvenal desmaiou!
 A motoca parou!
 O cara desceu e se dirigiu ao Juvenal:
 - Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?
- Si, si, sim, sô, sô, sou eu...
 A multidão não resistiu...
 OOOOOHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!
 E o cara da motoca:
 - Telegrama para o senhor...
 Juvenal não acreditava...
 Pegou o telegrama, com os olhos cheios d'água, ergueu a cabeça e
 olhou para todos.
 Silêncio total.
 Não se ouvia sequer uma mosca!
 Juvenal respirou fundo e abriu o envelope do telegrama tremendo,
 enquanto uma lágrima rolava, molhando o telegrama. 
 Olhou de novo para o povo e a consternação era geral. 
 Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler...
 O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava:
- E agora? Quem vai pagar essa festa toda?
 Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o encarava...
 Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou gritar eufórico !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


 *- Mamãe morreeeeuuu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
-Mamãe morreeeeuuu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! *

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