domingo, 18 de dezembro de 2011

Padre e a pecadora

- Padre, perdoa-me porque pequei (voz feminina).
- Diga-me, filha, quais são os teus pecados?
- Padre, o demônio da tentação se apoderou de mim, pobre pecadora.
- Como é isso, filha?
- É que quando falo com um homem, tenho sensações no corpo que não saberia descrever...
- Filha, apesar de padre, eu também sou um homem...
- Sim, padre, por isso vim confessar-me contigo.
- Bem, filha, como são essas sensações?
- Não sei bem como explicá-las. Neste momento meu corpo se recusa a ficar de joelhos e necessito ficar mais à vontade.
- Sério??
- Sim, desejo relaxar. O melhor seria deitar-me.
- Filha, deitada como?!
- De costas para o piso, até que passe a tensão...
- E que mais?
- É como um sofrimento e não encontro palavras.
- Continue, minha filha.
- Talvez um pouco de calor me alivie...
- Calor?
- Calor, padre, calor humano, que leve alívio ao meu padecer...
- E com que frequência é essa tentação?
- Permanente, padre. Por exemplo, neste momento imagino que suas mãos massageando a minha pele me dariam muito alívio...
- Filha?!
- Sim, padre, me perdoa, mas sinto necessidade de que alguém forte me estreite em seus braços e me dê o alívio de que necessito.
- Por exemplo, eu?
- Sim, padre, você é a categoria de homem que imagino poder me aliviar.
- Perdoa-me, minha filha, mas preciso saber tua idade.
- Setenta e quatro, padre.
- Filha, vai em paz que o teu problema é reumatismo!...

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