Um dos maiores gaps
do ensino superior brasileiro veio à tona quando estudantes brasileiros de
graduação foram para universidades de ponta pela Ciência sem Fronteiras.
A maioria deles conta
que estranhou a quantidade reduzida de disciplinas das instituições dos países
estrangeiros.
Um estudante
universitário de uma escola como a Universidade Harvard, nos EUA, considerada a
melhor do mundo, tem em média 15 horas/aula por semana.
Para se ter ideia do
que isso significa, quem faz engenharia na Poli-USP tem quase três vezes mais
aulas.
A filosofia de
universidades como Harvard é que cada hora de aula demanda em média uma hora
extra de estudos e de leituras do aluno. Ou seja, as 15 horas viram 30 horas.
Além disso, a
universidade espera que o aluno se envolva em atividades de pesquisa,
empresas-júnior, trabalhos sociais e culturais e que faça esporte.
Com tudo isso, a
formação fica completa e a grade fica cheia.
Enquanto isso, o
aluno da Poli mal consegue ter tempo para estudar para as disciplinas
obrigatórias porque elas tomam o dia inteiro.
Fazer atividades fora
da engenharia, então, esquece.
Essa questão é
comumente abordada pelos chefes da Ciência sem Fronteiras.
Na reunião anual de
cientistas da SBPC, que neste ano aconteceu em Recife (PE), o presidente da
Capes, Jorge Almeida Guimarães, discutiu o assunto e defendeu a redução da
grade obrigatória de aulas.
O problema, de acordo
com Guimarães, é fazer com que as universidades brasileiras topem essa redução.
O diretor da Poli e
candidato à reitor da USP, José Roberto Cardoso, falou sobre o assunto nesta
quarta-feira, 16, no primeiro dia de debates dos candidatos à reitoria da
universidade.
De acordo com
Cardoso, a redução das horas-aulas liberaria os professores para fazer mais
pesquisa. E, quem sabe, poderia até fazer com que a quantidade de vagas se
expandisse.
Eu não vejo outro
caminho para o ensino superior brasileiro que não seja a redução da quantidade
de disciplinas obrigatórias.
E você?
POR SABINE
Folha SP
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