O governador Tarso Genro afirmou nesta terça-feira, em entrevista ao programa Gaúcha Repórter, que o combate à seca no Estado deve entrar em uma nova fase a partir da próxima semana, com foco em ações que garantam a sustentabilidade da cadeia produtiva.
Segundo Tarso, a primeira etapa das ações contra a estiagem, voltadas para garantir a qualidade de vida das pessoas e dos animais que vivem nas áreas mais atingidas, está encaminhada, com grande apoio das prefeituras e da Defesa Civil. Essas ações têm foco em situações emergenciais:
— Significa preparar uma seleção de alimentos, de cestas para regiões onde falta alimentação, água para consumo humano e animal, para que não haja interrupção nas condições de sobrevivência ao agricultor, e distribuição de recursos para prefeituras desenvolverem ações de emergência pontos críticos — diz Tarso.
O governador projeta que, a partir da próxima semana, já seja possível dar um passo adiante e passar para ações de médio prazo, entre elas repor estoques para replantio onde houver condições e negociar dívidas para que os produtores tenham meios de voltar ao plantio na próxima safra.
Outro ponto central para garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva, a irrigação, foi mencionado pelo governador. Conforme Tarso, é preciso pensar a questão da irrigação indo além da cultura de arroz.
— Toda a visão de irrigação que o Estado desenvolveu nos últimos 30 anos esteve voltada, prioritariamente, para a irrigação do arroz. O arroz tem muita importância no Estado e continuará tendo. Mas tem um outro elemento que se agrega à nossa base produtiva, que está ligado à cadeia de agroindústria, que se chama milho, que tem uma enorme importância para o Estado, particularmente para a agricultura familiar e para os médios e pequenos proprietários. Neste ano, vamos ter de importar milho e, portanto, exportar ICMS — afirma.
O governador frisa que a grande questão que se coloca no próximo período é congregar projetos que já existem e que precisam de continuidade, como a irrigação do arroz, e criar outros contemplem outras áreas que têm recebido menos atenção, como a lavoura de milho.
Tarso também afirma que a sala de contingência criada no governo para lidar com o problema da seca, uma questão, que segundo ele, ocupa 80% do seu tempo diário à frente do Piratini, já desenvolve um plano de incentivo à irrigação do milho.
— Já temos pronto um projeto. Vamos apresentar rapidamente um programa específico de irrigação por aspersão, principalmente para a lavoura de milho. Se nós conseguirmos irrigar por aspersão 30% da lavoura de milho no Estado, nós nos tornamos autossuficientes em milho. Isso, nós podemos obter nos próximos dois ou três anos.
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