quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Deputado Elvino Bohn Gass, “de alma lavada”.



STF exclui Bohn Gass do inquérito que investiga fraude no Pronaf

Por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira (5), o deputado Elvino Bohn Gass (PT/RS) não faz mais parte da lista de investigados do inquérito que apura uma suposta fraude do Pronaf no município de Santa Cruz do Sul.

O ministro acolheu o pedido do Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que após analisar detidamente todos os documentos enviados pela Polícia Federal e tomar conhecimento dos vazamentos ocorridos durante o período de investigação, entendeu que não havia razão para que se investigasse o parlamentar e decidiu pela retirada do nome de Bohn Gass do inquérito. Em sua decisão, Zavaski afirmou: “Não existem elementos seguros nos autos que pudessem apontar a ligação do congressista com o esquema de desvio de recursos do Pronaf investigado”.

Ao saber da decisão, na manhã desta quinta-feira (6), Bohn Gass desabafou: “Fez-se Justiça. Se houvesse convicção e elementos concretos a me incriminar, tenho certeza de que tanto o ministro quanto o procurador não teriam se manifestado dessa forma. Ao contrário, muito provavelmente insistiriam na apuração. A simples suposição de que eu pudesse ter prejudicado agricultores foi a maior injustiça de que já fui vítima na vida. Passei 40 anos fazendo justamente o contrário, ou seja, defendendo os colonos. Não era suportável que esta situação se mantivesse.”

Dizendo-se “de alma lavada”, Bohn Gass, que já havia colocado à disposição da Justiça todos os seus sigilos (bancário, telefônico, fiscal...) reafirma que vai buscar todas as reparações possíveis a sua imagem, “tenham sido provocadas por autoridades, por profissionais de imprensa ou até em redes sociais”. E explica: “Trata-se de repor uma verdade que eu repeti desde o primeiro momento: nunca recebi recursos ilegais para financiar campanhas eleitorais ou para qualquer outro fim. No entanto, por conta de uma mera suspeita, fui execrado publicamente. Creio que é indiscutível o meu direito buscar o reparo a estes danos.”

Sobre a continuidade da investigação, o deputado reitera que se houver prova de desvios de recursos no Pronaf, espera que os responsáveis sejam severamente punidos. “Ajudei a conceber e a qualificar este programa que, pela sua magnitude e importância, não pode se prestar a irregularidades”.

O deputado já havia orientado seus advogados a interpelarem judicialmente os terceiros que, durante a investigação, citaram seu nome como possível beneficiário da suposta fraude. “Queria saber de onde tiraram isso. Por que isso não existe, nunca existiu. E a única vez que eu apareço, de fato, é numa conversa sem códigos e sem falas cifradas, ou seja, num telefonema que realmente existiu e onde eu não tento esconder nada. Por que não havia nada a esconder. É uma fala transparente que, aliás, reflete a minha história de agricultor, dirigente sindical e parlamentar que ao longo de 40 anos de militância, faz a defesa da agricultura familiar.”

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