STF exclui Bohn Gass do inquérito que investiga fraude no Pronaf
Por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira (5), o deputado Elvino Bohn Gass (PT/RS) não faz mais parte da lista de investigados do inquérito que apura uma suposta fraude do Pronaf no município de Santa Cruz do Sul.
O ministro acolheu o pedido do Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que após analisar detidamente todos os documentos enviados pela Polícia Federal e tomar conhecimento dos vazamentos ocorridos durante o período de investigação, entendeu que não havia razão para que se investigasse o parlamentar e decidiu pela retirada do nome de Bohn Gass do inquérito. Em sua decisão, Zavaski afirmou: “Não existem elementos seguros nos autos que pudessem apontar a ligação do congressista com o esquema de desvio de recursos do Pronaf investigado”.
Ao saber da decisão, na manhã desta quinta-feira (6), Bohn Gass desabafou: “Fez-se Justiça. Se houvesse convicção e elementos concretos a me incriminar, tenho certeza de que tanto o ministro quanto o procurador não teriam se manifestado dessa forma. Ao contrário, muito provavelmente insistiriam na apuração. A simples suposição de que eu pudesse ter prejudicado agricultores foi a maior injustiça de que já fui vítima na vida. Passei 40 anos fazendo justamente o contrário, ou seja, defendendo os colonos. Não era suportável que esta situação se mantivesse.”
Dizendo-se “de alma lavada”, Bohn Gass, que já havia colocado à disposição da Justiça todos os seus sigilos (bancário, telefônico, fiscal...) reafirma que vai buscar todas as reparações possíveis a sua imagem, “tenham sido provocadas por autoridades, por profissionais de imprensa ou até em redes sociais”. E explica: “Trata-se de repor uma verdade que eu repeti desde o primeiro momento: nunca recebi recursos ilegais para financiar campanhas eleitorais ou para qualquer outro fim. No entanto, por conta de uma mera suspeita, fui execrado publicamente. Creio que é indiscutível o meu direito buscar o reparo a estes danos.”
Sobre a continuidade da investigação, o deputado reitera que se houver prova de desvios de recursos no Pronaf, espera que os responsáveis sejam severamente punidos. “Ajudei a conceber e a qualificar este programa que, pela sua magnitude e importância, não pode se prestar a irregularidades”.
O deputado já havia orientado seus advogados a interpelarem judicialmente os terceiros que, durante a investigação, citaram seu nome como possível beneficiário da suposta fraude. “Queria saber de onde tiraram isso. Por que isso não existe, nunca existiu. E a única vez que eu apareço, de fato, é numa conversa sem códigos e sem falas cifradas, ou seja, num telefonema que realmente existiu e onde eu não tento esconder nada. Por que não havia nada a esconder. É uma fala transparente que, aliás, reflete a minha história de agricultor, dirigente sindical e parlamentar que ao longo de 40 anos de militância, faz a defesa da agricultura familiar.”
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