Embalagens de agrotóxicos.
O Brasil ainda é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. A preocupação com o descarte inapropriado das embalagens levou o governo a criar uma lei3 que estabelece normas para recolhimento das embalagens, envolvendo não só o usuário, mas também o fabricante.
As embalagens de agrotóxicos recolhidas no programa coordenado pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) podem ter dois destinos. As que não são laváveis (como sacos plásticos e caixas de papelão) são incineradas e o restante do material coletado é reciclado. A maior parte desse lixo tóxico já está sendo reciclada e vira matéria-prima para produtos como cordas, conduítes corrugados, madeira plástica, sacos plásticos para lixo hospitalar, embalagens para óleo lubrificante, barricas e tampas para embalagens de defensivos agrícolas.
Um dos maiores entraves para os produtores cumprirem a legislação é o transporte do material até os postos de coleta, em função das distâncias, condições das estradas e falta de estrutura de armazenamento adequada nas propriedades. Informar o produtor sobre como diminuir ou eliminar o uso desses produtos é um outro grande desafio ambiental.
Dejetos de animais: problema de contaminação da água
A falta de tratamento adequada à grande quantidade de dejetos produzidos, sobretudo na suinocultura, é justamente um dos graves problemas que a intensificação da produção trouxe para o meio ambiente e à própria sociedade. Segundo dados da Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) a poluição do meio ambiente na região produtora de suínos é alta. Enquanto para o esgoto doméstico, o DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) é de cerca de 200 mg/litro, o DBO dos dejetos suínos oscila entre 30 mil e 52 mil mg/litro, ou seja, um aumento em torno de 260 vezes. Além disso, um suíno produz cerca de 2,5 mais dejetos do que um ser humano.
Dejetos de suínos ao ar livre
Um fato preocupante em nível nacional, para as próximas décadas, é a tendência de concentração de produção de carne suína em mercados de países em desenvolvimento como o Brasil. Os países desenvolvidos já não querem mais arcar com o ônus da poluição ambiental. Preferem instalar suas empresas em países com uma legislação ambiental pouco fiscalizada e importar o produto acabado. Para se ter uma idéia, o estado do Mato Grosso deve chegar a um rebanho suíno de 3 milhões4 de cabeças em 2010. Da mesma forma como o tratamento de esgoto humano é urgente no meio urbano, o tratamento de dejetos de suínos deve receber o máximo de atenção no meio rural, em função do volume produzido e potencial poluente.
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