Facebook pode saber quais páginas você visita, mesmo que tenha feito logout na rede social
Problemas de privacidade com o Facebook não são novos: com frequência uma ou outra questão é levantada. Mesmo depois de melhorar a imagem lançando novos controles de privacidade, algumas brechas ainda existem.
Neste final de semana Nik Cubrilovic, um pesquisador curioso, descobriu que os cookies do Facebook permitem o rastreamento de muitos sites que o usuário visita, mesmo depois de ter saído do Facebook (feito logout).
Muitos sites utilizam o botão “Curtir”, que é uma página do Facebook embutida na página do site. O cookie do Facebook armazena algumas informações, como a ID do usuário. Ao acessar um site que tem o “Curtir”, estando logado no Facebook, basta um clique para que a informação vá para seu perfil. Só que mesmo saindo do Facebook explicitamente (logout), o cookie no computador é alterado, em vez de excluído. A ID do usuário continua lá. Então o Facebook fica sabendo de todas as outras páginas em que você navega, desde que estas tenham algum recurso do site – um plugin qualquer ou o mesmo botão Curtir.
Essa informação pode ser valiosa para o site para rastrear a atividade dos seus usuários na rede, possibilitando oferecer sugestões de amigos ou propaganda mais direcionada.
Um experimento curioso relatado pelo mesmo Nik Cubrilovic relata que depois de criar algumas contas fake no Facebook e usá-las por um tempo, o Facebook passou a sugerir a conta dele como amigo ao usar as contas falsas. Como o Facebook ficaria sabendo da relação, sendo que ele sempre saía de uma conta para entrar em outra? Isso coloca em pauta a privacidade ao usar o Facebook em computadores públicos, com acesso de inúmeras outras pessoas.
O ideal seria que limpassem a identificação do usuário, afinal muitas e muitas páginas incluem o botão Curtir, e esse monitoramento – mesmo estando desconectado do Facebook! – em geral não é nada agradável.
Nik Cubrilovic reclama que vem tentando notificar o Facebook há vários meses, sempre sem resposta. O tema foi publicado devido às recentes questões de privacidade envolvidas nas novas APIs, que permitem que um aplicativo do Facebook compartilhe informações sobre as páginas em que o usuário esteve sem que ele precise tomar nenhuma outra ação, nem clique nem confirmação posterior de nenhuma espécie. A situação é preocupante, apesar de só parecer mais um recurso “legal”. Ter seu histórico de navegação parcialmente aberto aos amigos não deve agradar a ninguém, ainda mais quando se trata de rede social, em que muitas vezes, muitos amigos lá são pessoas desconhecidas.
O jeito é sempre limpar os cookies do Facebook, usar algum outro navegador só para isso (talvez o modo anônimo dos navegadores funcione bem), ou simplesmente deixar a rede de lado.
Uma situação parecida é feita de outra forma por outras empresas, especialmente aquelas que controlam anúncios na web, como a gigante Google. Ter o histórico de navegação dos usuários é algo espetacular para quem quer entregar informação complementar ou relevante, que pode atrair ainda mais o interesse das pessoas… Só que sabe-se lá mais o que podem resolver fazer com os dados um dia.
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