quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Os problemas do Lixo Rural. Embalagens de agrotóxicos, uma vergonha.

Embalagens de agrotóxicos.
O Brasil ainda é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. A preocupação com o descarte inapropriado das embalagens levou o governo a criar uma lei3 que estabelece normas para recolhimento das embalagens, envolvendo não só o usuário, mas também o fabricante.
As embalagens de agrotóxicos recolhidas no programa coordenado pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) podem ter dois destinos. As que não são laváveis (como sacos plásticos e caixas de papelão) são incineradas e o restante do material coletado é reciclado. A maior parte desse lixo tóxico já está sendo reciclada e vira matéria-prima para produtos como cordas, conduítes corrugados, madeira plástica, sacos plásticos para lixo hospitalar, embalagens para óleo lubrificante, barricas e tampas para embalagens de defensivos agrícolas.
Um dos maiores entraves para os produtores cumprirem a legislação é o transporte do material até os postos de coleta, em função das distâncias, condições das estradas e falta de estrutura de armazenamento adequada nas propriedades. Informar o produtor sobre como diminuir ou eliminar o uso desses produtos é um outro grande desafio ambiental.
Dejetos de animais: problema de contaminação da água
A falta de tratamento adequada à grande quantidade de dejetos produzidos, sobretudo na suinocultura, é justamente um dos graves problemas que a intensificação da produção trouxe para o meio ambiente e à própria sociedade. Segundo dados da Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) a poluição do meio ambiente na região produtora de suínos é alta. Enquanto para o esgoto doméstico, o DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) é de cerca de 200 mg/litro, o DBO dos dejetos suínos oscila entre 30 mil e 52 mil mg/litro, ou seja, um aumento em torno de 260 vezes. Além disso, um suíno produz cerca de 2,5 mais dejetos do que um ser humano.
http://www.labjor.unicamp.br/comciencia/img/lixo/AR_Darolt/Figura1.jpg
Dejetos de suínos ao ar livre
Um fato preocupante em nível nacional, para as próximas décadas, é a tendência de concentração de produção de carne suína em mercados de países em desenvolvimento como o Brasil. Os países desenvolvidos já não querem mais arcar com o ônus da poluição ambiental. Preferem instalar suas empresas em países com uma legislação ambiental pouco fiscalizada e importar o produto acabado. Para se ter uma idéia, o estado do Mato Grosso deve chegar a um rebanho suíno de 3 milhões4 de cabeças em 2010. Da mesma forma como o tratamento de esgoto humano é urgente no meio urbano, o tratamento de dejetos de suínos deve receber o máximo de atenção no meio rural, em função do volume produzido e potencial poluente.

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