quarta-feira, 30 de março de 2011

A hora da Metade Sul

Da condição de “prima pobre”, a Metade Sul passou a despontar, a partir de 2003, como uma das regiões mais promissoras do estado. A retomada da indústria naval pelo governo Lula não só resgatou a histórica vocação do município de Rio Grande, que, rapidamente, emergiu da estagnação para ocupar o quarto lugar no ranking do PIB gaúcho, como se espalhou como uma verdadeira revolução pelas cidades vizinhas. Os investimentos no Polo Naval, hoje imprescindível para a Petrobras, chegaram a R$ 13 bilhões, atraindo uma centena de empresas e gerando milhares de novos empregos.

Se tudo isso elevou, com razão, nossa auto-estima e nossa perspectiva em relação ao futuro, não pode, de maneira alguma, nos lançar na inércia ou nos cegar diante dos enormes desafios que o desenvolvimento impõe. Felizmente, o governo do Estado sabe disso e está agindo, de forma rápida e cirúrgica, para enfrentar obstáculos que podem, a curto espaço de tempo, impedir o afloramento pleno de nossos potenciais e o aproveitamento das enormes possibilidades abertas pela cadeia produtiva do petróleo e do gás.

Dois projetos de lei, aprovados pela Assembleia Legislativa na madrugada do 17 de março, atestam o esforço do governo gaúcho para sustentar o ritmo de crescimento da região, reduzir as desigualdades e fomentar as novas cadeias produtivas. Um deles permite a utilização do Fundo Operação Empresa (fundopem) para a implantação de centros de pesquisa nos municípios da Metade Sul. A proposta prevê financiamento de 100% do investimento e da totalidade da folha de pagamento de pessoal por 24 meses, dependendo do montante do ICMS devido. Na prática, isso significa uma benéfica intervenção do Estado para equacionar dois dos principais gargalos da região: escassez de mão-de-obra especializada e carência tecnológica.

O outro projeto institui o Programa de Estruturação, Investimento e Pesquisa em Gás Natural, Petróleo e Indústria Naval do Rio Grande do Sul. Trata-se de um potente instrumento para estimular a inovação tecnológica, aumentar a escala competitiva das empresas e incentivar novos empreendimentos complementares à cadeia produtiva do petróleo e gás.

Em conjunto, as duas iniciativas representam o cumprimento do compromisso do governo do Estado de criar as condições necessárias para incorporar o Rio Grande do Sul ao projeto do pré-sal. Atualmente, as empresas locais fornecem cerca de 2% de tudo que Petrobrás consome em produtos e serviços. Com a exploração da nova riqueza, poderemos chegar a pelo menos 10% até o final da década, desde que consigamos enfrentar as deficiências nas áreas tecnológica e de formação de trabalhadores especializados.

Com o pré-sal, o Brasil será galgado ao ranking dos 10 maiores produtores mundiais de petróleo, aumentando sua importância econômica e geopolítica no cenário latino-americano e mundial. Como prometeu em campanha, o governador Tarso Genro está trabalhando para que o Rio Grande do Sul cresça no mesmo ritmo do País e para que o povo gaúcho não seja alijado dos frutos desta enorme fonte de riqueza, que se constitui num verdadeiro passaporte para o desenvolvimento pleno do nosso País, com crescimento econômico e, sobretudo, distribuição de renda.

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