O Tribunal Penal Internacional (TPI) vai investigar o presidente da Líbia, Muammar Khadafi, os filhos dele e alguns de seus assessores em decorrência das denúncias de crimes contra a humanidade ocorridos no país durante as manifestações contrárias ao governo. O procurador do tribunal, Luis Moreno-Ocampo, afirmou hoje (3) que foi aberto o inquérito para apurar responsabilidades.
Em entrevista coletiva, Moreno-Ocampo disse que há acusações de ataques, promovidos por forças de segurança, contra manifestantes pacíficos em várias cidades da Líbia. O procurador lembrou que o líder líbio e os seus aliados têm o comando formal ou de facto sobre as forças. “Não haverá impunidade na Líbia”, disse ele. As informações são da agência portuguesa Lusa e do site do TPI.
Na última segunda-feira (28), o TPI decidiu pela abertura de uma investigação preliminar para apurar as acusações de repressão na Líbia. A decisão de Moreno-Ocampo ocorreu após o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovar, por unanimidade, uma resolução que, além de sanções a Khadafi, prevê investigações do tribunal.
Pela resolução, há a advertência sobre a necessidade de investigar "os ataques sistemáticos" contra a população civil que "podem configurar crimes contra a humanidade". Há relatos de que Khadafi determinou o bombardeio em áreas urbanas de Trípoli (capital) e Benghazi, a segunda maior cidade do país.
Também há denúncias de que, por ordem do governo, vários líderes das manifestações foram presos e enterrados vivos para evitar que comandassem novos protestos no país. Khadafi nega as acusações. Porém, organizações não governamentais estimam que, no mínimo, mil pessoas morreram nos últimos dias na Líbia.
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