A América do Sul permanece conhecida pela produção e pelo tráfico de cocaína em larga escala, mas o consumo de drogas, sobretudo em países do Cone Sul, também tem se tornado significativo. É o que aponta o Relatório Mundial sobre Drogas 2011, divulgado hoje (23) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).
De acordo com a publicação, a produção ilícita de drogas continua significativa em três países andinos – Colômbia, Peru e Bolívia, responsáveis por praticamente100% da produção global da folha de coca, matéria prima para a fabricação da cocaína.
Em 2010, a coca foi cultivada em 149 mil hectares distribuídos pela América do Sul. A produção de cocaína em laboratórios clandestinos também foi registrada na região. Dados indicam, entretanto, que a produção da droga tem demonstrado tendência de declínio, com uma queda de um sexto no período de 2007 a 2010.
A maioria dos países da América do Sul, da América Central e do Caribe, segundo o Unodc, registra também níveis significativos de produção de maconha. Em 2009, 70% das apreensões globais da droga ocorreram na região, sendo três quartos desse total na América do Sul.
Os fluxos do tráfico são principalmente direcionados a partir dos países produtores de cocaína na região dos Andes rumo a América do Norte; ou diretamente para o México e, em seguida, para os Estados Unidos; ou via América Central para o México; ou via Caribe para os Estados Unidos. Os fluxos para a Europa ocorrem de forma direta, partindo da região andina; via países vizinhos; via região do Caribe; ou via países da África Ocidental.
As maiores apreensões registradas na América do Sul, em termos de volume, são as de folha de coca. Entretanto, as apreensões da droga diminuíram no período de 2007 a 2009 em cerca de 25%, refletindo em parte um declínio na produção.
Já as apreensões de cocaína em países da América do Sul, da América Central e do Caribe somaram 74% do total mundial, indicando um aumento de 27% no mesmo período.
O relatório alerta que a prevalência do uso de cocaína na região está acima da média mundial – entre 0,9% e 1% da população de 15 a 64 anos, o equivalente a cerca de 3 milhões de pessoas ou 17% da população mundial consumidora de cocaína. A droga representa cerca de 50% de todas as demandas por tratamento para dependentes na América do Sul, na América Central e no Caribe.
AgÊncia Brasil
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