Vivian Virissimo
Educadores estaduais paralisam atividades em todo o estado nesta terça-feira para questionar o pacote encaminhado ao plenário da Assembleia Legislativa pelo governador Tarso Genro. Com a possibilidade de o “pacotarso” ser votado no mesmo dia da eleição do Cpers, a presidente da entidade cogita até instalar urnas em frente à Assembleia Legislativa.
Além da paralisação desta terça, os professores já têm marcada uma assembleia geral no próximo dia 22 para deliberar sobre a paralisação da categoria nos dias em que os projetos de Tarso forem à votação no Legislativo. O primeiro dia de votação está previsto para o dia 28, exatamente no dia agendado para a votação da nova diretoria do Cpers. “Estaremos muito atentos a votação do pacote e esperamos que o governador respeite o dia de votação do Cpers. Estaremos mobilizados nem que tenhamos que colocar mesas para votação na Praça da Matriz”, comenta a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira. Como o pacote foi encaminhado em regime de urgência, ele tranca a pauta a partir do dia 26.
“Estamos exigindo a retirada do projeto da Assembleia, pois este pacote apresenta uma reforma da previdência, que não só aumenta a contribuição dos servidores, como também cria um fundo de capitalização que significa a privatização de nossas aposentarias. Além disso, ele também cria regras para pagamentos dos RPVs, inviabilizando que nossa categoria receba indenização da justiça, ou seja, o terceiro calote de nossos direitos”, critica.
A mobilização dos trabalhadores da educação também reivindica o cumprimento da lei do piso nacional, um dos principais eixos da luta dos professores. “A lei não é feita apenas para o povo cumprir, os governantes também devem cumprir a lei. O governador tem dito pela imprensa que vai cumprir em quatro anos, eu tenho dito que a nossa mobilização vai garantir o cumprimento da lei antes disso”, diz Rejane.
A moblização do Cpers terá manifestações regionais, organizadas pelos 42 núcleos do sindicato. Em Porto Alegre, a concentração será das 10h às 17h, na Praça da Matriz. As atividades, em todas as regiões, serão reforçadas com a participação de servidores de outras categorias do funcionalismo.
Além da paralisação, o Cpers e outras 20 entidades assinam outdoors que exigem a retirada da Assembleia Legislativa do projeto encaminhado pelo governador. Segundo Rejane, a intenção do Cpers com esta ação é de pressionar ainda mais a retirada do projeto da pauta de votação. “Nós estamos em uma campanha unitária dos servidores públicos. No momento em que o governador insiste em criar este projeto que ataca o direito dos trabalhadores, ele tem consciência de que ele ingressa numa zona de conflito”, completa.
sul21.com
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