sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Manifesto em defesa da Comissão da Verdade


Manifesto em defesa da Comissão da Verdade


Conheça o mafifesto que criou o comitê em defesa da Comissão da Verdade no Pará



Manifesto dos paraenses em defesa da Comissão da Verdade

No dia 31 de Março de 1964, a conspiração que uniu as altas esferas do empresariado brasileiro, os latifundiários, os chefes militares, a hierarquia católica conservadora e agentes do imperialismo dos EUA depuseram o presidente constitucional João Goulart e deram início à ditadura militar que marcou as duas décadas seguintes pelo sangue dos patriotas e democratas, pela destruição da democracia e do Estado de Direito no Brasil.

Os golpistas atentaram contra a democracia, rasgaram a Constituição, instituíram a legislação de exceção que permitiu a cassação de direitos políticos e democráticos e de mandatos eletivos, no esforço de eliminar do cenário político parlamentares, sindicalistas, democratas, patriotas, lideranças de trabalhadores e do povo, que não aceitavam o arbítrio da ditadura. O rosário de assassinatos, tortura, prisões ilegais, exílio e outras formas de opressão contra os que resistiam à ditadura é conhecido, e o preço pago em sangue pelos brasileiros é irresgatável e inegociável. 

No Pará, os golpistas depuseram o governador Aurélio do Carmo, democraticamente eleito pelo povo paraense, cassaram mandatos parlamentares, invadiram a sede da União Acadêmica Paraense (UAP) e de sindicatos de trabalhadores do campo e da cidade. Transformaram o 2° Bis e a antiga V Companhia de Guardas em centros de coação e tortura. A repressão ao movimento insurgente no Araguaia contou com a forte presença do aparato de segurança do Estado do Pará. 

Fatos revoltantes que fazem parte de um passado sem glórias. Mas, um povo sem Memória é como um fantasma sem vida que perambula entre as sombras. Para espantar o espectro do vazio precisamos fazer esse povo encontrar-se consigo mesmo, reconhecer-se e conhecer a si próprio. E, o revelar de sua trajetória pode resgatar, verdadeiramente, a Memória da luta democrática como também dos infames calabouços que silenciaram uma geração de brasileiros.
O Comitê Paraense em Defesa da Comissão da Verdade lançado em Belém na sede da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Pará na presença da Excelentíssima Ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos Maria do Rosário firma comungar com os mais altos ideais éticos, políticos e constitucionais das Leis e da Justiça brasileiras. Clama pelo direito à Memória e à Verdade ao povo do Pará, de sua História, de seus mártires e de seus heróis, anônimos ou famosos, vivos e desaparecidos, mas presentes no maior bem pelo qual se levantaram e se doaram até com a própria vida: a Democracia! 

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