Fazia um bom tempo que não assistia um temporal de verão rompendo a frente do Guaíba na frente de minha casa de Porto Alegre.
Na segunda - feira fiquei até mais tarde acordado, tinha recebido um grande amigo e músico, Leco Chimango, ficamos tocando violão sua especialidade e eu arranhando uma sanfona tentando aprender com seus acordes distorcidos e maravilhosos.
Logo ele ir embora com seus auxiliares, fiquei comigo relendo o magnifico momento que ele proporcionou. Estava em êxtase musical. O cara é um fenômeno.
Momentos depois, o show de luz e raios tomou conta do rio Guaíba a chuva neste momento foi pequena, como um esforçado blogueiro, tentei fotografar os raios, mas não foi possível o que se tinha presente era um vento muito forte que fazia as cadeiras do escritório rodarem como se estivessem dançando, algo inacreditável. Mesmo fechando as portas, as fretas uivavam como "lobisomem do arvoredo e a lobisoma bem tetuda". De arrepiar. Fui dormir de cabelos em pé.
Na manhã seguinte, o banheiro da casinha de minha mãe estava a céu aberto, as telhas sabe onde foram parar.
Ficamos mais de 30 horas sem luz, e por conseguinte, máquinas domesticas, sem como carregar celulares, e desfazendo de comidas congeladas.
Houve protestos na zona Sul de Poa, ruas interrompidas, ônibus parados, uma inhaca.
A luz voltou agora a pouco, as coisas começam a voltar rotina, lixo sendo recolhido e árvores podadas e dado rumo a quantia de lenha que ficou ruas e Guaíba a fora.
Devo aos poucos retornar os telefonemas e e-mails que só agora consigo lelos. A coisa esta voltando ao normal, e aos latidos dos desconfortados de Santiago, ficam perdidos no espaço pela sua falta de credibilidade. Quanto mais o cão sarnento geme, mais pulgas e coceiras lê tomam a consciência.
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