segunda-feira, 23 de maio de 2011

Tolstói historiador

De Tolstói sempre recordo duas coisas.
Que em seus romances, nenhum personagem aparece ao acaso, como simples figurante.

 O autor sempre deixa claro que por trás do nome, do título e da fachada, há nele todo um universo, uma história inteira que ele conhece, apenas, não pretende contar naquele
momento.
Era a condessa Rostov uma senhora de rosto magro, tipo oriental, dos seus quarenta e cinco anos, visivelmente esgotada por doze partos sucessivos. A lentidão do seu passo e amorosidade da sua fala, consequências do quebranto das suas forças, davam-lhe um ar de dignidade que inspirava respeito. A princesa Ana Mikailovna Drubetskaia também se encontrava presente, íntima da casa que era, ajudando-a a receber as visitas e a manter a conversação. A gente nova estava nas dependências das traseiras, desinteressada das visitas.
Guerra e Paz, vol.1, cap. 10
E que poucos trechos de livros me influenciaram tanto quanto este, em que ele fala
 sobre a história do “exíguo canto do mundo denominado Europa”.

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