Um currículo de tirar o fôlego até pode impressionar o recrutador, mas, no dia a dia corporativo, os traços comportamentais do profissional são determinantes para o crescimento na carreira. Pelo menos, é o que indica levantamento recente feito pela consultoria Lab SSJ.
Pesquisa recente da Harvard Business Review comprova esse achado: dos 50 presidentes de empresas que tiveram o melhor desempenho na América Latina entre 1995 e 2009, apenas 12 fizeram um curso de MBA.
Para saber quais são os aspectos mais decisivos para crescimento na carreira no Brasil, o Lab SSJ consultou executivos de 32 empresas e pediu para eles avaliarem 12 traços apontados como importantes para o desenvolvimento profissional em pesquisas internacionais.
A principal conclusão? “O que conta mais para um líder tocar um negócio, uma equipe e outros projetos são as habilidades de comunicação dele”, afirma Carolina Correa, gerente de mercado da consultoria.
O que impulsiona
1. Saber ouvir (75%) e se comunicar bem (67%)
Comunicar-se bem é essencial para crescer na carreira, “saber ouvir” deve ser o alicerce desse traço comportamental. “Quando você tem esse tipo de habilidade, você entende o que o outro quer dizer, tira o melhor daquela informação e soma com o que você já sabe”, diz Carolina. “Você considera o que está sendo dito e consegue se posicionar melhor”.
Os benefícios dessa postura vão desde o garimpo de novas (e boas) ideias coletivas, passando pelo estabelecimento de relações de confiança até fortalecimento do poder de influência sobre os demais funcionários.
Ser um bom orador conta, mas não é tudo. As boas habilidades de comunicação se revelam em saber se posicionar na hora certa, ser claro e saber entregar a mensagem. Atributos essenciais para quem, um dia, mira liderar pessoas.
2. Assumir riscos
Quanto maior o risco, maiores os ganhos. O conceito base do mercado financeiro também é requerido para boa parte dos cenários corporativos. E quanto mais elevada sua posição na hierarquia, maior a exigência por esse tipo de traço comportamental.
“Se você prefere a zona de conforto, se contenta em passar o dia carimbando notas fiscais, por que irá questionar as estratégias da companhia?”, diz Carolina. “Quem está disposto a assumir riscos abre caminho para fazer um trabalho melhor e para a inovação”, diz a especialista.
3. Lidar com a diversidade (50%)
Com um mercado cada vez mais complexo, saem na frente companhias (e equipes) que apostarem na convergência de diferentes visões. “Ou você pega os pontos positivos da diversidade e a equipe fica mais completa, ou você é condenado à mesmice”, diz Carolina.
Segundo a pesquisa, profissionais que saibam lidar e conciliar essas diferentes visões são os que mais chances tem de crescer na carreira. “Pensar igual sempre limita a sua inserção num pensamento mais global e amplo”, diz a especialista.
4. Saber influenciar (47%)
A exemplo de gente como Steve Jobs, da Apple, e o comandante Rolim, da TAM, ter o poder de inspirar (e influenciar) outras pessoas é quase uma senha secreta para o sucesso. “É essencial saber ativar as pessoas da forma certa para alcançar objetivos que serão bons para todos. Pessoas que sabem influenciar conseguem tocar projetos que fluem e geram um ambiente de colaboração”, diz Carolina.
5. Entender do negócio, 43%
“As habilidades técnicas não estão no topo, mas cada vez que sobe na hierarquia, você faz menos trabalhos operacionais, pensa e age mais estrategicamente”, diz a especialista.
A base para esse pensamento estratégico deve ser uma compreensão profunda e madura do negócio que você está inserido. Isso significa saber tudo sobre a concorrência, perspectivas de mercado e possibilidades para a própria companhia, entre outros fatores.
O que trava a carreira
Por outro lado, não se engajar, não saber trabalhar em equipe e gaguejar metaforicamente na hora de se comunicar são os fatores apontados para travar a carreira. Confira:
1. Falta de comprometimento (73%)
2. Ser arrogante (67%)
3. Ser individualista (53%)
4. Ter pouca habilidade para se comunicar (50%)
5. Ser centralizador (43%)
6. Ser imaturo (43%)
Fonte: Exame.com
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