quinta-feira, 19 de julho de 2012

Momentos Históricos da Blogosfera. Quarta-feira, Junho 29, 2011- Grande Dr. Professor Barbará.


Grande Dr. Professor  Barbará uma mente com visão do Vale.
Muito bom trabalho onde estiver.


Quarta-feira, Junho 29, 2011
Promotor Barbará abre o jogo e faz revelações bombásticas e exclusivas


Professor Barbará, o Senhor conquistou a admiração da sociedade santiaguense e regional devido seu modo franco de ser, suas posições são claras, abertas e nada que envolve seu nome são questões obscuras. Entretanto, nos últimos dias uma onda de especulações envolvendo seu nome e a coordenação do curso de Direito da URI encancarou uma questão não conhecida até então, que é sua saída da Universidade. O Senhor pode nos dizer o que realmente houve?

Inicialmente, cabe salientar que até o momento não fui comunicado oficialmente da rescisão do meu contrato com a URI, tendo conhecimento pelos acadêmicos e pelos órgãos de imprensa. Por isso, reservo-me, por ora, no direito de manifestar-me sobre as possíveis razões de minha eventual saída da URI, no momento próprio após a rescisão contratual, se isso for confirmado, quando então farei revelações gravíssimas a respeito de uma crise grave e profunda que atravessa o curso de Direito, com inúmeras situações que são sonegadas do conhecimento da imprensa e que têm relação direta com o processo eleitoral recente da URI, bem como a questões estruturais do curso de Direito que há muito tempo venho suscitando seja aberto um debate democrático para que se discuta a crise no ensino jurídico no curso de Direito da URI e as consequências que são de conhecimento público relacionadas aos índices assustadores de reprovação de egressos do nosso curso de Direito, aliás, debate democrático e transparente que há muito a imprensa de Santiago tem cobrado e que tem como premissa maior sejam ouvidos os maiores interessados, que são os acadêmicos e egressos do curso. Quero deixar claro que não pedi rescisão contratual. Por outro lado, peço escusas ao amigo de não me aprofundar na resposta porque ainda não houve a efetivação e comunicação oficial da rescisão contratual, por isso, friso, se isso acontecer, estou absolutamente a disposição da imprensa para abordarmos com mais profundidade as razões reais que , supostamente, podem levar a minha saída da URI. Por fim, pelas razões acima alinhadas e também porque estou vivendo um ótimo momento na minha vida pessoal e profissional, com a iminência do retorno para a Promotoria de Santiago, formatura de meu filho em Julho em jornalismo e pelas minhas férias onde vou realizar um sonho de viagem, estou reservando e reenergizando para uma volta para servir a comunidade, esclarecer os fatos envolvendo a URI, e, se possível, poder continuar exercendo a minha missão de educar e preparar os futuros profissionais da área de Direito e para a vida.

Corre uma especulação que a coordenação do curso o estaria retaliando em face de eventual participação sua na eleição para a direção da URI. Isso é verdade?


Tudo é possível. Tenho conhecimento pelos bastidores que alguns professores do curso de Direito, que de longa data fazem comentários desairosos e desrespeitosos contra a minha pessoa e instituição a que pertenço, certamente por inveja, frustrações, infelicidade e pobreza de espírito, estariam pressionando pela minha saída, e um dos argumentos seria porque não dei apoio expresso a Profa. Michele, professora do curso de Direito, na eleição para direção da URI. Na época todos sabem a minha postura como Promotor de Justiça e professor, ou seja, não apoiei expressamente chapa alguma, até pela minha condição de agente público, e também porque sempre mantive ótimas relações com integrantes de ambas as chapas que concorriam. A verdade é que existem retaliações veladas , e algumas abertas, entre professores que apoiaram uma chapa e professores que apoiaram outra chapa. Mas isso, como afirmei antes, no momento oportuno será tornado público, porque existe uma cisão, que não é de hoje, no colegiado do Direito.

E essa questão levantada que estão cobrando Mestrado de todos os Professores do Curso de Direito, isso é boato ou realmente foi-lhe ponderado essa questão?


Em primeiro lugar, cabe registrar que fui chamado para uma reunião em final de Maio ou início de Junho deste ano, na sala da Diretora acadêmica, juntamente com a coordenação do curso de Direito, e nela me foi ponderada a exigência de pós-graduação, em especial, Mestrado, caso contrário, não poderia continuar na URI. Na oportunidade, ponderei que a exigência do MEC não é de que 100% dos professores do curso sejam pós-graduados, bem como de que existe legislação federal que permite que pessoas de saber jurídico indiscutível possam atuar como professores. Aleguei, ainda, que nos meus 9 anos de URI jamais tive uma avaliação negativa dos acadêmicos, tendo sido praticamente em todas as turmas de formandos escolhido ora como patrono, paraninfo, professor homenageado,etc., além do que, sou oriundo de uma instituição respeitada em todo o Brasil cujo concurso público é um dos mais rigorosos do Brasil e em que tive a honra de ser o 15.º colocado na turma de 1998, entre mais de 4.000 candidatos e 60 aprovados, sendo que não existe nenhum professor do colegiado de Direito que tenha a experiência e vivência como operador do Direito que tenho, isto é, 25 anos, sendo 12 anos como advogado militante e 13 como Promotor de Justiça. Acrescentei, ainda, que é importante, e isso passa pelo grande debate sobre a crise do ensino jurídico na URI, que agora espero que aconteça a partir deste episódio envolvendo a minha pessoa, discutir se num curso de Direito só devem existir doutores e mestres, teóricos por excelência, ou se é fundamental a prática, a experiência e a vivência forense? Será que não está aí o cerne na crise no ensino jurídico em Santiago? Será que a URI, que já vem perdendo, inclusive no curso de Direito, professores qualificados e com experiência prática forense, pode se dar o luxo de dispensar um educador com mais de 25 anos de conhecimento teórico e prático da vida do operador jurídico? Será que a qualidade do curso de Direito vai melhorar com a minha saída? Ou será que os problemas são outros, envolvendo vários outros fatores, entre eles, o já citado, e a qualidade da biblioteca para um curso de Direito? Com a palavra os acadêmicos, pais de acadêmicos, a comunidade e vocês da imprensa que fazem a interlocução social imprescindível. Quero afirmar que inclusive me propus a fazer uma pós-graduação para contribuir com o curso e qualificar ainda mais a minha docência, no entanto, a URI não disponibiliza bolsa para a qualificação, e a única pós-graduação que tinha interesse e vinculação com a disciplina de processo penal que leciono seria a de Psicologia Jurídica, mas a URI não conseguiu formar turma, e eu sou o culpado por não ter o pós-próximo. Independente de bolsa assumi o compromisso de que para o ano de 2012 buscaria junto a PUC ou Escola do Ministério Público em Porto Alegre a inscrição num pós-graduação. Para minha surpresa, até hoje não recebi comunicação oficial, os meus argumentos foram desconsiderados, creio eu.

Todos os professores do curso têm Mestrado?


Pelo que tenho conhecimento não. Mas também não adianta ter mestrado e doutorado e não ter prática jurídica nenhuma, não saber comunicar-se com os acadêmicos, não ser democrático na sala de aula, não responder questionamentos dos alunos, não ter vivência da prática forense para dar exemplos reais e não fictícios e inadequados, não tremer e não saber construir e transmitir o conhecimento aos alunos, não conectar a disciplina ministrada num contexto interdisciplinar, constitucionalizado e principio lógico, não estimular as potencialidades dos acadêmicos, não estimular a capacidade argumentativa, interpretativa, crítica, fazer avaliações objetivas sem buscar extrair o acadêmico os seus saberes e competências, etc.

Outra especulação é que estaria sendo produzido um arranjo ou rearranjo envolvendo os professores Elbio Ross e o Delegado/Professor Vladimir, isso é verdade?


Por questões éticas deixo de responder este questionamento e parece-me que a resposta está no contexto do que até então já foi respondido.


Ao que o senhor, como professor, pensador e membro do MP gaúcho, atribui o péssimo rendimento dos alunos da URI no exame de ordem?


Uma crise profunda no ensino jurídico brasileiro, e que envolve todos os protagonistas do processo de formação, docentes, discentes, Universidade, e também a OAB e os órgãos fiscalizatórios do Ministério da Educação. Urge que se faça, o que há anos venho tentando fazer dentro da URI com o colegiado do Direito e com os acadêmicos, ou seja, um debate profundo e sério; no entanto, não venho encontrando eco dentro da instituição, que insiste em desconhecer uma realidade evidente, isto é, os resultados no exame de ordem, que é o mais fácil do mercado, são assustadores e não podem mais adir este debate que deve envolver todos, inclusive vocês da imprensa que há muito vem denunciado e clamando por um debate democrático e transparente. Eu não tenho medo dele pela minha história, minha bagagem jurídica, sucesso profissional na área do Direito, enfim, pelo trabalho desenvolvido concretamente como educador e quem nos meus atuais acadêmicos e nos egressos a resposta pelo reconhecimento.

O Senhor gostaria de sair da URI?


Jamais cogitei esta possibilidade, amo e sou apaixonado pelo magistério, e os meus alunos são testemunhas disso, e sou educador, sim, porque professores existem muitos, verdadeiros educadores poucos; e todos sabem que o que recebo na URI é infinitamente inferior ao das minhas atividades no Ministério Público, mas jamais pensei em abandonar o que amo. Pelo contrário, missões não se desistem, cumprem-se com dignidade até o fim. E se não tiver o espaço da URI, o que não sou eu que perco, tenho e terei outros espaços, inclusive na imprensa, para continuar a minha missão formadora de seres humanos, cidadãos, cristãos, democratas e profissionais preparados para exercer o ofício magnânimo de ministrar a Justiça.

O Senhor se acha perseguido pela direção do curso de Direito?


Reporto-me as respostas anteriores que tenho certeza as pessoas inteligentes já souberam interpretar. O resto fica para depois das minhas férias confirmando-se a saída da URI, e mesmo que não se confirme, continuarei lá lutando pelo tão clamado e reivindicado debate sobre a crise do ensino jurídico na URI de Santiago

O Promotor Barbará volta para Santiago?


A expectativa é enorme e estou muito feliz, possivelmente seja julgado o edita da minha promoção na próxima terça-feira, dia 05/07, e se a instituição entender que é importante e viável a minha vinda para Santiago, estou a serviço do que determinar a minha instituição e seja onde estiver cumprindo a minha missão, porque DEUS é maior que tudo e todos, e aquilo que ELE determinar será a minha missão cumprir da melhor forma possível. Quero aproveitar o ensejo e, desde já, agradecer do fundo do meu coração, porque isto não tem preço e é o que a gente leva desta vida, o reconhecimento, o carinho e admiração pela minha pessoa, pelo meu trabalho e pela minha instituição, o Ministério Público, bem como o apoio que tenho recebido em Santiago e na região, e agradecer o espaço generoso que me é concedido por este valoroso órgão de comunicação e por você meu amigo Júlio Prates.
O blog agradece a entrevista e cumpre assim o seu papel de bem informar.

Um comentário :

  1. Esta entrevista foi um raro momento na "imprensa" santiaguense. Abrangente, pouco deixou a esclarecer.
    É o que penso. Mesmo aqueles que costumamos ter sérias divergências, têm momentos de magnitude e de exemplos que deveriam ser seguidos.
    Parabéns ao Prates pela entrevista. Há muitos outros personagens com riqueza interior a serem melhor explorados na cidade.
    oCarancho#

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