quarta-feira, 18 de julho de 2012

O direito ao Saneamento ambiental em Santiago. 07/2001.


Uspam texto 2001 - Orçamento Participativo.

O direito ao Saneamento ambiental em Santiago
07/2001.


         Santiago esta hoje entre as cidades do RS, com mais de 40.000 habitantes na situação mais atrasada em termos de recolhimento e tratamento do esgoto cloacal. Um verdadeiro desrespeito a natureza que tanto é agredida no campo e na cidade.
 Na cidade nos primórdios da ocupação do solo urbano, provavelmente os banhados e riachos que compõem a geografia eram fontes sadias de água potável que saciava necessidades de nossos antepassados, que ampliaram a captação de água com os antigos poços.
Hoje nossos riachos são valões de esgoto despejado direto dos banheiros e cozinhas de nossas casas, depósitos de lixo material e muitas vezes químico, e verificamos várias vezes animais mortos, fogões, sofás, pneus, plásticos,....e os poços como se fossem fossos negros, contaminando diretamente o subsolo e o lençol subterrâneo, crime de omissão, verdadeira estupidez de todos nós e principalmente das autoridades públicas que nada, ou muito pouco fazem. Quase todos os anos escutamos falar dos famigerados “andaços”, que na verdade são verdadeiros “merdaços”  em contato direto com a população, e lá vamos a  médicos e farmácias.  
Em bairros e Vilas mais distantes dos riachos, os esgotos são lançados a céu aberto, ou quando muito na canalização do pluvial que levara a o  valo mais  próximo. São adultos e principalmente crianças que passam e brincam encima da merda, da doença, contaminando a própria existência. È Santiago exportando via os córregos e riachos sua podridão direto a natureza, para outras localidades e cidades onde os rios poderem levar.
Nas edições do Orçamento Participativo do Estado em nossa cidade, levamos para apreciação das assembléias a necessidade de votarmos a favor de recursos para iniciarmos a enfrentar a coleta e tratamento dos esgotos, a recuperação de riachos e valões e condições de preservação do meio ambiente e a conscientização da comunidade ao direito da vida sadia e limpa para nós e futuras gerações.
Fomos derrotados pelas prioridades na educação, segurança pública, geração de emprego e renda. Voltaremos a carga na próxima edição do Orçamento Participativo, e nas instancias possíveis como Corsan e Prefeitura municipal, Câmara de Vereadores e imprensa, pois temos convicção que tratamento de esgoto e recuperação ambiental, é sim educação e cidadania, ésegurança pública e dignidade, é saúde e prevenção, é geração trabalho e renda, é tecnologia agregada e condições de Santiago em seu destino, exemplo para o desenvolvimento regional consciente. É o direito a vida e garantia de futuro de nossos filhos.

                  
 USPAM – União Santiaguense de Proteção ao M. Ambiente.  Santiago, julho de 2001.

Texto - Tide Lima

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