Felipe Prestes
Em assembleia geral, o Cpers decidiu aprovar a proposta do governo do estado, de reajuste salarial de 10,91%. Alguns milhares de professores e funcionários de escola foram até o Gigantinho, na tarde desta sexta-feira (8), e aceitaram a proposta de forma quase unânime. Por volta das 16h30min quase todos os presentes levantaram os braços para aprovar a proposta negociada pela direção do sindicato com o governo do estado. Em seguida, aplausos ecoaram pelo ginásio.
Ainda assim, ficou flagrante no discurso de todos os que fizeram uso da palavra e nas faixas espalhadas pelas arquibancadas que a reivindicação maior é que o estado pague o piso nacional dos professores, de R$ 1.187, ratificado pelo STF nesta semana. Após o término da assembleia, os profissionais da educação marcharam na chuva rumo ao Palácio Piratini para pressionar pelo cumprimento da lei. A presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, ressaltou por diversas vezes que se tratava de aceitar o aumento de 10,91% como um reajuste “emergencial”. O sindicato reivindicará que o governo apresente o mais rápido possível um calendário mostrando como e quando vai cumprir com o piso nacional.
O Cpers aprovou também seu calendário de mobilizações. No próximo dia 28 haverá mobilização estadual. No dia 11 de maio, o sindicato vai aderir a uma atividade nacional pelo cumprimento do piso, organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). “Vocês me verão constantemente em frente ao Palácio Piratini. Decidimos aceitar a proposta em caráter emergencial. Para nós bom mesmo é o cumprimento do piso”, disse Rejane à imprensa.
A dirigente comemorou o fato de que o governo incluiu no reajuste categorias de funcionários que não têm plano de carreira e aposentados por invalidez. No microfone, para os colegas, declarou que um sindicato não pode aceitar propostas que não contemplem a totalidade dos trabalhadores filiados.
Situação difícil
Professores que vieram de partes diferentes do estado concordam que a aprovação quase unânime da proposta tem um motivo: a péssima remuneração dos professores. “Nós estamos na miséria. Só por isso aceitamos este reajuste”, disse Nilve Pedrotti, que viajou seis horas para chegar de Ibirubá, no Planalto Médio. No que depender desta professora, a pressão sobre Tarso Genro para o cumprimento do piso será grande. “Ou piso ou greve, este é o meu sentimento e acho que é o da maioria dos que estão aqui. Com este tempo de campanha e de governo, ele (Tarso) já deveria saber de onde tirar o dinheiro”.
Dioneia Amaral, professora aposentada de Pelotas, tem explicação semelhante para a aceitação quase unânime do reajuste de 10,91%: “Necessidade”. Nanci Lopes, também de Pelotas, completou: “A Yeda dava a merreca que dava, por isso é que aceitamos o reajuste”.
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