quarta-feira, 13 de abril de 2011

Eleições 2014 - Dilma bom, Lula mau

Começou, estimados leitores. Deram a largada para a campanha de 2014 tentando desmontar pelo menos uma das bombas que a atual oposição precisa enfrentar se a idéia é recuperar o gerenciamento do Brasil do Pibão, um meganegócio de 2 trilhões de dólares, crescendo uns 100 bilhões de dólares ao ano. Quem não vai querer?
A oposição, leia-se o PSDB, vive um inferno zodiacal para astrólogo nenhum botar defeito. A presidente Dilma não apenas começa a governar, mas o faz com uma aprovação recorde e lá ao fundo, para assustar ainda mais, vive contente o Lula, por hora ex-presidente. Como fazer, estimados leitores, para enfrentar algo tão poderoso como a combinação de um governo que começa bem com um candidato formidável no banco de reservas, just in case?
A resposta possível é, abater o candidato longe da caneta, encher a bola do que não pode nem deve ser atacado, nesse momento ao menos, e deixar o tempo ser senhor da razão. E é exatamente isso o que estamos vendo, pela janela do sistema encarregado de dar visibilidade a esses movimentos, a grande imprensa.
Não é assim? Dias atrás alguém vindo do RS me trouxe uma Zero Hora, e lá estava a inevitável entrevista com algum ex-embaixador brasileiro nos Estados Unidos, dizendo que a Dilma felizmente está afastando o país do abismo em que Celso Amorim e Lula nos meteram, aleluia! Sempre um ex-embaixador do tucanato, não é mesmo? E o que esperam que esses caras vão dizer? Não acreditavam firmemente que o nosso lugar era um tanto abaixo e ao lado do primeiro mundo, que eles tanto amavam e respeitavam acima de todas as coisas?
Lula foi quem mudou isso, e mudou dramaticamente. Lula e Amorim criaram esse Brasil que vemos hoje quando viajamos. Somos vistos como um Brasil que cresceu e mudou. Não como um Brasil que milagrosamente resolveu a todos os seus problemas, mas como um país que assumiu a realidade de viver com o seu tamanho. Quem fez isso, estimados leitores, foi sim o Lula. Quem criou o G20 para valer, quem implodiu o G-7, no seu absolutismo anterior. Quem colou nos banqueiros de olhos azuis a culpa pela crise; quem fortaleceu o eixo Sul-Sul, quem nos lançou para valer na direção da África, um destino nosso.
Quem fez tudo isso mudou a forma como o Brasil via a si mesmo e, por consequência, mudou a forma pela qual o Brasil passou a ser visto. E foi sim o Lula, com a sua enorme autoconfiança, com sua enorme capacidade de se comunicar com todo mundo, com sua linguagem, sua empatia e capacidade de defender os interesses do Brasil – porque se existe uma coisa interessante no Lula estadista internacional é a capacidade de mesclar internacionalismo com nacionalismo, coisa que eu acho que nenhum dirigente brasileiro anterior a ele chegou perto de compreender, muito menos praticar. Apenas por comparação, pensem no José Serra querendo atacar o Paraguai e a Bolívia!
Dilma está começando. Se ela sente que é hora de a gente se afastar do que possa ser interpretado como apoio ao Irã, bom, ela não é a única e não vi nenhuma voz dissonante. Se ela vai olhar de perto para a vital eleição do ano próximo na Venezuela; se ela vai dar mais nos dedos da Cristina Kirchner, lembrando a ela que é presidente de um grande país e vizinho, essas serão ações e reações da presidente de um grande país, consolidado como potência regional e crescente potência mundial pelo Lula.
Para a imprensa ligada ao PSDB demonizar o Lula faz parte da estratégia, até mesmo por falta de escolhas. Do lado de cá cabe a gente lembrar aos leitores que não é bem assim, aliás, não é nada assim. A política internacional foi uma das grandes áreas de sucesso do governo Lula, algo para sentirmos orgulho e defendermos a cada instante, pelo que resultou para o país e para o futuro.
Corrigir um ou outro movimento é a coisa mais natural do planeta. Nos darmos bem com os americanos é parte do nosso mix de negócios, assim como sermos amigos de todo mundo é parte da nossa marca. Implantar uma forma de caminhar pelo mundo que seja nossa e brasileira é uma obrigação de um grande país grande, com uma cultura que tem sim contribuições importantes para dar a um século multirracial e multicultural, algo que entendemos como poucos, mesmo com nossas imperfeições.
Do jeito que eles falam, tudo aconteceu por acaso e apesar de. Não é verdade, nunca foi, e é importante que a gente, do lado de cá lembre e afirme exatamente isso.

Sul21.

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