terça-feira, 12 de abril de 2011

U2 no Brasil: megaprodução leva público a refletir sobre justiça e paz


A partir das 21 horas deste domingo (10), no estádio Morumbi, em São Paulo, a banda irlandesa U2 realiza o segundo show da turnê “360º”. A primeira das três apresentações do grupo na capital paulista ocorreu ontem (9) e demonstrou o quanto um arsenal tecnológico pode seduzir um público e levá-lo a fazer uma reflexão social. A apresentação do U2 espalha pelo mundo entretenimento em seu pleno significado, mas vai além da pirotecnia. O que os brasileiros, que foram ao estádio ontem, irão hoje e na próxima quarta-feira (13), encontram é uma forma impressionante de conscientização sobre democracia, respeito e justiça entre os homens, em meio a hits da principal banda pop internacional.
Para se ter uma ideia, a quantia arrecadada até este domingo (10), soma mais de US$ 558 milhões (cerca de R$ 880 milhões). A marca havia sido estabelecida pelos Rolling Stones durante a turnê “A Bigger Bang”, de 2005-2007. Mesmo antes do último show, na próxima quarta-feira (13), o U2 já é considerado a mais lucrativa banda da história da música a passar pelo Brasil.
O show
Um palco imponente e hipnotizante. Palavras politicamente corretas. Cerca de 90 mil pessoas foram até o estádio Morumbi, em São Paulo, para a primeira noite de shows do U2 no Brasil. O mesmo número é esperado nas demais noites de apresentação. Antes da entrada dos irlandeses, a tradicional música de preparação para o começo do show surpreendeu. Ao contrário do que acontece nas demais apresentações do grupo pelo mundo, no Brasil, a canção escolhida foi “Trem das Onze”, de Adoniram Barbosa. A letra foi cantada em uma só voz pelo público que soltava balões verdes e amarelos.
Em seguida, a banda britânica Muse realizou um pocket show de abertura da noite. Matthew Bellamy, Christopher Wolstenholme e Dominic Howard apresentaram um misto de vários gêneros musicais, incluindo rock alternativo, música clássica e eletrônica. O grupo, conhecido por subir em torres, tocar em palcos gigantes e até mesmo trazer OVNIs para o show, agradou os brasileiros. “Obrigado. Muito Obrigado!”, disseram arranhando um português para agradecer ao carinho da plateia que pulou muito, apesar da chuva que caiu sobre São Paulo do começo da noite.
Mas, a excitação das arquibancadas do Morumbi era pela espera do U2, que entrou no palco às 21h40. O horário de Brasília não foi o mesmo da apresentação. O tempo cronometrado no telão digital do palco era de um relógio frenético que reproduzia um horário diferente e alucinógeno. Na hora da entrada de Bono Vox, Adam Clayton, The Edge e Larry Mullen Jr., o tal relógio digital se espatifou no telão. “Even Better than the Real Thing”, do álbum “Achtung Baby”, de 1991, abriu a apresentação, após a entrada calma e tranquila dos integrantes ao som de “Space Oddity”, de David Bowie.
A combinação entre áudio e vídeo, durante todo o show, é, provavelmente, a mais perfeita da história dos shows de música. O telão se movimenta e é elemento fundamental para o espetáculo. Como disse o próprio Bono, em uma de suas conversas com o público, o sábado para quem foi ao Morumbi foi de “balada”.
Na sequência veio a clássica “I Will Follow” e as recentes, “Get on your Boots” e “Magnificent”. Obviamente os sucessos “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”, “Beautiful Day”, “Sunday Bloody Sunday”, “One”, “”Where The Streets Have No Name” e “With Or Without You” não faltaram. E algumas surpresas apareceram, como “Miss Sarajevo” e “Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me”.

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