segunda-feira, 18 de abril de 2011

A ofensiva chinesa sobre a informação.

Pierre Luther

Se definirmos o “soft power” como o poder de influenciar as ideias e os
 comportamentos, vale acrescentar, então, que uma das suas componentes
estratégicas é a informação e a sua difusão na escala mundial. Assim, lançando
 mão de acordos de cooperação e disponibilizando gratuitamente notícias da
atualidade, artigos e programas radiofônicos, ou ainda implantando veículos
 de comunicação, a República Popular da China (RPC) desencadeou uma
ofensiva de sedução, visando consolidar seu prestígio e ampliar sua presença
 em muitos países onde, na falta de meios e de um real interesse, as antigas
grandes potências vêm se apagando.
Assim, a CNC World, o canal de difusão ininterrupta de noticiário na língua
inglesa da agência de notícias Xinhua (China Nova), foi lançada em 1º de julho
 em Pequim. Difundida por cabo, por satélite, pela Internet e pelo telefone
 celular, ela tem por objetivo “apresentar uma visão internacional dentro
 de uma perspectiva chinesa”, segundo explica o seu diretor, Li Congjiun.
Ou seja, trata-se de fazer concorrência à estadunidense Cable News Network
 (CNN) e à British Broadcasting Corporation (BBC) no campo da difusão
ininterrupta de informações televisivas. A CNC World promete estar presente
 em todos os continentes e anuncia ainda que irá ganhar o reforço da
 publicação de jornais nas línguas japonesa, russa, portuguesa, árabe e francesa.
O governo chinês, em janeiro de 2009, anunciou um investimento de US$ 6
 bilhões na CNC World e em três outros órgãos de informação: a China
Central TV (CCTV), a agência Xinhua, e o People Daily, a versão internacional
 na língua inglesa do Cotidiano do povo. Essa ajuda é motivada pela preocupação
 em melhorar a imagem da China no exterior e tornar mais eficiente a difusão
 do ponto de vista de Pequim. Com efeito, todos esses veículos dependem
exclusivamente do governo central, da central da informação do Conselho
de Estado, do qual eles são as ferramentas.

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