quinta-feira, 14 de abril de 2011

Getulio Vargas- A Aliança Liberal e a ascensão e queda do Estado Novo


Tão logo recebeu a chefia do Governo Provisório do Brasil, em 11 de novembro de 1930, Getúlio Vargas arrebatou três segmentos políticos. O primeiro era composto pelas oligarquias rurais, que tinham perdido as rédeas do poder. A outra força era formada por oficiais adeptos do Tenentismo, movimento originário de uma rebelião fracassada para impedir a posse do mineiro Artur Bernardes em 1922. E a terceira era a dos militares legalistas, defensores da preservação da ordem, e contrários à corrente tenentista, considerada mais radical.
Sem manifestar preferência por nenhuma dessas correntes, mas procurando harmonizar diferenças, Getúlio não deixou, no entanto, de render concessões aos tenentes, recrutando entre eles interventores para os estados. Doze regiões, do Espírito Santo para o Norte, estavam, entre 1931 e 1932, sob a intervenção do tenente Juarez Távora, que passou a ser chamado, por isso, de vice-rei do Norte. Mas no final daqueles anos 30, foram os militares legalistas os mais valorizados por Vargas.


Apoio dos tenentes

A transição política produzida pela Revolução de 1930, que instituiu a República Nova, começou a se definir quando o governo do paulista Washington Luís — o último presidente da República Velha — chegava ao final, no início da década. Ele estava comprometido com a continuidade da política “café com leite”, que revezava representantes das oligarquias de São Paulo (produtor de café) e de Minas Gerais (produtor de leite) no poder federal. Portanto, deveria indicar um mineiro para sucedê-lo. Mas em vez disso, optou por proteger a oligarquia dos fazendeiros do café e deu apoio a outro candidato paulista, Júlio Prestes. Com isso, entrou em conflito com o presidente do Estado de Minas Gerais, Antônio Carlos, que esperava ser o próximo governante do país.

A traição de Washington Luís ao esquema de alternância no poder entre o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM) resultou no rompimento entre as duas siglas. Revoltado, Antônio Carlos aliou-se ao Rio Grande do Sul na criação da Aliança Liberal, de onde o gaúcho Getúlio Vargas saiu candidato a presidente da República em oposição a Júlio Prestes, tendo como vice o paraibano João Pessoa.
Identificados com a plataforma política da Aliança Liberal, os tenentes integraram-se aos que apoiaram o nome de Vargas. Essa nova vertente defendia o voto popular secreto (como proteção a fraudes), anistia política, leis que regulamentassem a jornada de trabalho e assistência ao trabalhador, além de estímulo à produção industrial.
Júlio Prestes terminou eleito em 1º de março de 1930, resultado com o qual se resignaram alguns líderes políticos, como Borges de Medeiros, mas não outros como Oswaldo Aranha e Lindolfo Collor, que tinham a concordância dos tenentes Juarez Távora e Miguel Costa.

Nenhum comentário :

Postar um comentário