Com o fim do Estado Novo, os brasileiros se dividem entre quatro partidos Rui FeltenEm 1961, quando Jânio Quadros governava o Brasil e Leonel Brizola, o Rio Grande do Sul, as mais importantes siglas partidárias tinham surgido, a partir de 1945, com a redemocratização e o fim do Estado Novo, instituído por Getúlio Vargas em 1937. Eram elas o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), o PSD (Partido Social-Democrático), a União Democrática Nacional (UDN) e o PRP (Partido de Representação Popular).Fundado por Vargas em 15 de maio de 1945, o PTB teve como um de seus principais idealizadores o gaúcho Alberto Pasqualini. Contava com a simpatia de trabalhadores urbanos e de integrantes de sindicatos. Até 1964, quando foi extinto pelo golpe militar que instituiu o bipartidarismo (Arena e MDB), o PTB foi o partido brasileiro de maior tendência à esquerda, posicionando-se em defesa da reforma agrária, do crescimento econômico e da política externa independente, além de reformas universitária e urbana.Os líderes trabalhistas
O país teve dois presidentes do PTB: ex-ditador Getúlio Vargas, eleito pelo voto direto no início dos anos 50 (1951-1954), e João Goulart, o Jango, eleito vice-presidente nas eleições de 1960, que substitui Jânio Quadros e permaneceu na presidência de 1961 a 1964, quando os militares deram o golpe. Pertenceu também ao partido o governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola, que ocupou o Palácio Piratini de 1958 a 1961, quando liderou a Campanha da Legalidade, que acabou vencendo a contrariedade dos militares e garantindo a posse de Jango no lugar de Jânio, que renunciara no dia 25 de agosto daquele ano.Outros líderes do PTB foram Pedro Simon, Sereno Chaise, Ernesto Dorneles e Itamar Franco. Depois da anistia, em 1979, que devolveu direitos políticos a quem tinha sido cassado em 1964, o partido voltou a fazer parte do cotidiano nacional. A sigla foi refundada, em 1981, pela ex-deputada federal Ivete Vargas, sobrinha-neta de Getúlio, que ganhou na Justiça a disputa com outros grupos que desejavam reavivar a sigla — um deles liderado por Brizola, que então organizou o PDT (Partido Democrático Trabalhista).O PSD foi gerado por apoiadores de Getúlio Vargas, mas que eram mais identificados com o conservadorismo. Considerado o mais relevante entre os partidos autodenominados como da socialdemocracia no Brasil, mantinha maioria parlamentar no Congresso Nacional e assegurava sustentação a Getúlio. Elegeu também dois presidentes da República: Eurico Gaspar Dutra (1946-1950) e Juscelino Kubitschek (1956-1960). Reunia ainda entre seus líderes Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, José Sarney e Ildo Meneghetti — que foi duas vezes governador do Rio Grande do Sul (de 1955 a 1959 e de 1963 a 1966). Extinto, em em 1965, pelo Ato Institucional (AI) Número 2, o PSD foi reativado em 1980.
Rui Felten
Em 1961, quando Jânio Quadros governava o Brasil e Leonel Brizola, o Rio Grande do Sul, as mais importantes siglas partidárias tinham surgido, a partir de 1945, com a redemocratização e o fim do Estado Novo, instituído por Getúlio Vargas em 1937. Eram elas o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), o PSD (Partido Social-Democrático), a União Democrática Nacional (UDN) e o PRP (Partido de Representação Popular).
Fundado por Vargas em 15 de maio de 1945, o PTB teve como um de seus principais idealizadores o gaúcho Alberto Pasqualini. Contava com a simpatia de trabalhadores urbanos e de integrantes de sindicatos. Até 1964, quando foi extinto pelo golpe militar que instituiu o bipartidarismo (Arena e MDB), o PTB foi o partido brasileiro de maior tendência à esquerda, posicionando-se em defesa da reforma agrária, do crescimento econômico e da política externa independente, além de reformas universitária e urbana.
Os líderes trabalhistas
O país teve dois presidentes do PTB: ex-ditador Getúlio Vargas, eleito pelo voto direto no início dos anos 50 (1951-1954), e João Goulart, o Jango, eleito vice-presidente nas eleições de 1960, que substitui Jânio Quadros e permaneceu na presidência de 1961 a 1964, quando os militares deram o golpe. Pertenceu também ao partido o governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola, que ocupou o Palácio Piratini de 1958 a 1961, quando liderou a Campanha da Legalidade, que acabou vencendo a contrariedade dos militares e garantindo a posse de Jango no lugar de Jânio, que renunciara no dia 25 de agosto daquele ano.
Outros líderes do PTB foram Pedro Simon, Sereno Chaise, Ernesto Dorneles e Itamar Franco. Depois da anistia, em 1979, que devolveu direitos políticos a quem tinha sido cassado em 1964, o partido voltou a fazer parte do cotidiano nacional. A sigla foi refundada, em 1981, pela ex-deputada federal Ivete Vargas, sobrinha-neta de Getúlio, que ganhou na Justiça a disputa com outros grupos que desejavam reavivar a sigla — um deles liderado por Brizola, que então organizou o PDT (Partido Democrático Trabalhista).
O PSD foi gerado por apoiadores de Getúlio Vargas, mas que eram mais identificados com o conservadorismo. Considerado o mais relevante entre os partidos autodenominados como da socialdemocracia no Brasil, mantinha maioria parlamentar no Congresso Nacional e assegurava sustentação a Getúlio. Elegeu também dois presidentes da República: Eurico Gaspar Dutra (1946-1950) e Juscelino Kubitschek (1956-1960). Reunia ainda entre seus líderes Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, José Sarney e Ildo Meneghetti — que foi duas vezes governador do Rio Grande do Sul (de 1955 a 1959 e de 1963 a 1966). Extinto, em em 1965, pelo Ato Institucional (AI) Número 2, o PSD foi reativado em 1980.
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