Rachel Duarte
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam o estacionamento da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre, na manhã desta terça-feira (12). O grupo pretendia passar a noite no local. Mas, desistiram depois que seus representantes foram recebidos pelo governador gaúcho Tarso Genro. O encontro foi mais oficial do que resolutivo. Tarso encaminhou o assunto ao secretariado para que buscassem um acordo.
Após deixar o gabinete de Tarso, o diretor do MST gaúcho, João Pedro Stédile, foi recebido pelo chefe da Casa Civil, Carlos Pestana. O representante do executivo disse que o governo irá assentar imediatamente 200 famílias, das mil solicitadas pelo MST. Segundo Pestana, 53 famílias serão assentadas em São Borja; 45 em Santa Margarida do Sul e outras 100 também receberão terra em área ainda a ser adquirida pelo estado. Ficou prometido aos trabalhadores um cronograma para o assentamento das demais famílias, mas sem data de divulgação.
Cerca de 600 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra já haviam ocupado, nesta segunda-feira (11), a Fazenda Coqueiros, no município de Coqueiros do Sul, uma área de sete mil hectares disputada desde 2006. O diretor do MST irá levar a proposta do governo aos ocupantes que, se concordarem, devem deixar o local nesta quarta-feira (13).
O MST reivindica o assentamento de mil famílias e, também, ações do governo para diminuir os problemas que os agricultores têm com a seca que atingiu o estado, políticas de investimento em Saúde e estrutura dos assentamentos, além de acesso ao crédito agrícola para que possam produzir.
No dia 21 de março, o mesmo grupo invadiu uma fazenda no município de São Borja, na fronteira com a Argentina. A área foi desapropriada em 2001, mas o governo estadual precisa fazer um depósito para liberá-la. O MST também cobra o assentamento de mil famílias acampadas, promessa firmada pelo governo federal com o Ministério Público há dois anos.
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